A Copa do Mundo de Futebol, competição de curta duração (pouco mais de um mês), reúne os melhores jogadores de futebol do mundo, todos com o mesmo objetivo de serem campeões. O fato de reunir os melhores entre os melhores torna o objetivo muito mais difícil de ser alcançado.
Além disto, o sistema de eliminação em caso de derrota diminui a margem e erro e submete o jogador a elevado nível de estresse e dele exige esmerada preparação.
São muitos os fatores que levam o time ao êxito ou ao fracasso. Preparo físico, técnico e psicológico. Disciplina e concentração de esforços. União dos jogadores (noticiou-se que jogadores da Bélgica voltaram ao país em voos diferentes, tal a desarmonia reinante entre eles. Um time desunido jamais será campeão). Liderança dentro e fora do campo. Alimentação adequada. Atenção médica. Condições físicas plenas.
Contudo, há um fator essencial: o foco. O técnico e os jogadores devem ter em mente três tipos de foco: o foco pessoal, o foco no companheiro e o foco externo maior. Vejamos os focos dos jogadores; o do treinador será analisado em outro artigo.
- FOCO PESSOAL
O jogador tem de ter o foco de estar no auge de sua forma física e técnica para disputar a Copa do Mundo. O aprimoramento da forma física dará a ele condições de disputar a sequência de jogos com intervalo pequeno entre as partidas, com possibilidade de disputar o tempo extra de prorrogações caso o jogo termine empatado. E ter preparo físico, técnico e psicológico para cobrar pênaltis, se necessário.
Os jogadores estavam devidamente preparados para tanto? Não parece. A Argentina venceu dois jogos cansativos na disputa de pênaltis, com elevado nível de aproveitamento. O Brasil não superou uma.
Inegavelmente, os jogadores argentinos estavam mais bem preparados.
- FOCO NO COMPANHEIRO
O foco pessoal está ligado ao autodesenvolvimento e à obtenção da melhor forma física, técnica e psicológica. O foco no companheiro diz respeito à atuação do conjunto do time, naquilo que o companheiro precisa e como atuar bem ao lado dele.
Futebol é esporte coletivo, e o foco no companheiro melhorará o desempenho do time. Cada jogador é uma engrenagem que faz a máquina funcionar, uma peça defeituosa ou fraca comprometerá o conjunto. O foco no companheiro dará ao jogador a atenção para apoiar o companheiro em benefício do conjunto.
Os jogadores brasileiros estavam mais preocupados em treinar dancinhas em conjunto que treinar jogadas em conjunto que levasse o time a marcar o gol no adversário. Infantilidade. Copa do Mundo é assunto para homens preparados e não brincadeira de crianças.
O time argentino chamou a atenção pela forma vibrante e calorosa como comemoravam os gols. Sem dancinhas, mas com garra, vibração e entusiasmo contagiante.
O entusiasmo e a união nas comemorações valem mais que dancinhas ridículas de crianças mimadas e despreparadas.
- FOCO EXTERNO MAIOR
Como todo time, a Argentina tinha o foco de vencer a Copa do Mundo. Só que os jogadores argentinos, famosos por sua valentia, amor à camisa e a fibra com que disputam os jogos, neste ano tinham um foco adicional, novo elemento motivador: ganhar a Copa do Mundo para consagrar o capitão do time Lionel Messi, maior jogador de futebol da atualidade. Lionel Messi conquistou todos os prêmios individuais e campeonatos pelos times que defendeu: faltava-lhe o título de campeão mundial.
O título de campeão mundial para o Messi seria o encerramento perfeito para sua vencedora carreira pois, em razão a idade, certamente esta será sua última Copa do Mundo.
Não havia nos jogadores brasileiros a mesma garra, o mesmo empenho e o mesmo foco para ganhar a Copa do Mundo. Além disso, faltou a eles o foco adicional de lutar em prol de outro jogador e de estar solidário com outro jogador.
A Argentina deixa grandes exemplos para gestores, colaboradores e empreendedores. Exemplos do esporte perfeitamente aplicáveis na vida, nos negócios e nas empresas.