Assim como os jogadores da seleção deveriam ter em mente três focos diferentes, também o treinador – gestor do grupo – também deveria ter três diferentes focos a nortearem-lhe as ações: o foco pessoal, o foco na equipe e o foco maior de ser campeão.
Com base em notícias colhidas na imprensa sobre a conduta do técnico brasileiro e a do técnico argentino, Lionel Scaloni, e do resultado alcançado, pode-se ver a diferença de foco de um e de outro.
Todo gestor tem de cuidar de si mesmo e de seu preparo a fim de estar bem preparado para ter condições de orientar a sua equipe e seu pessoal.
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FOCO PESSOAL
O treinador deve ter o foco pessoal de zelar por si mesmo, de aprimorar seus conhecimentos sobre o jogo, de estar em boas condições físicas e psicológicas para bem dirigir a equipe.
Os conhecimentos sobre o jogo exigem o conhecimento de táticas, de técnicas, da evolução do jogo e o conhecimento do adversário, a fim de saber montar sua equipe para explorar os pontos fracos do adversário e neutralizar os seus pontos fortes.
O preparo psicológico é extremamente necessário para que o treinador, submetido às intensas pressões do jogo, da torcida e da imprensa saiba tomar as melhores decisões no decorrer do jogo. Segundo a opinião de analistas de futebol, o treinador brasileiro tomou decisões erradas no jogo contra a Croácia e fez substituições equivocadas, que levaram à derrota da seleção nos pênaltis.
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O FOCO NA EQUIPE
O técnico tem o dever de preparar, dirigir e orientar os jogadores, de exigir-lhes o máximo e de manter a atenção deles voltada para os respectivos focos.
Deve conhecer os jogadores e colocá-los para atuar na posição em que rendem mais em função das características de cada um. O técnico fez substituições atabalhoadas contra a Croácia, que desfiguraram o time e o deixou exposto ao contra-ataque mortal croata.
Cabe interessante comparação com o técnico argentino Lionel Scaloni. O técnico brasileiro foi escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol, mercê de sua atuação como técnico de times; verdade.
O técnico argentino teve trajetória diferente. Ele era auxiliar do técnico da seleção argentina em 2018. Com a decepção da seleção argentina em 2018, o técnico Sampaoli pediu demissão e ninguém queria o cargo, porque a seleção argentina estava em frangalhos e desmotivada. Por falta de opções, Lionel Scaloni assumiu interinamente o cargo de técnico e foi obtendo bons resultados na direção da equipe. Em razão dos bons resultados, foi efetivado. Ou seja, o técnico argentino conquistou o cargo por mérito, competência e liderança.
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O FOCO MAIOR
O foco maior de ambos os técnicos era naturalmente ser campeão do mundo.
Segundo a imprensa, antes de ir para o catar o técnico brasileiro declarou que, caso voltasse campeão, não desejaria ser cumprimentado pelo presidente da República.
Reparem como o técnico brasileiro colocou restrições em seu foco e em seu objetivo maior. Ele não estava com o foco voltado completamente para o seu objetivo; havia uma restrição em seu foco e em seu objetivo.
Seria como dissesse: “eu quero ser campeão do mundo, mas…”. A conjunção adversativa “mas” coloca restrição no objetivo e tira parcela, ainda que pequena, do foco. Foco e objetivo com restrições deixam de ser foco integral, motivador, completo.
O técnico brasileiro levou suas preferências políticas para a seleção brasileira, que deveria ser a união de todos em busca do melhor. Ele dividiu e, no país polarizado como está, angariou até mesmo antipatia de parte dos brasileiros. A antipatia por ele aumentou quando foi filmado de boca fechada, sem cantar o Hino Nacional na abertura de um dos jogos do Brasil.
O líder, que deveria ser o polo aglutinador, foi o polo a criar desarmonia.
O técnico argentino Lionel Scaloni teve o mérito de aproximar a seleção argentina do povo; o técnico brasileiro afastou a sua seleção e a si mesmo de grande parte da população.
Não poderia dar certo, como não deu.