Por Cláudio Duarte
Apesar de haver contribuído com artigos para jornais ao longo da vida, recebi, com especial interesse e grande entusiasmo, o convite para ter uma coluna e escrever artigos esporádicos para o PORTAL IMULHER. Além da honra do convite, voltar a pesquisar, estudar e escrever me rejuvenesceu a mente em estado de repouso próprio de aposentado.
Só que pesou a responsabilidade e, vez por outra, incertezas atacam-me. Estarei agradando? Estarei correspondendo ao que a revista espera? Conheço a franqueza e a objetividade da editora-chefe Danielle Fuchs, que não hesitaria em me dizer o que melhorar e o que fazer para aprimorar os textos. Ou mesmo desfazer o convite. Se mantém o convite, penso que estou agradando; AINDA. Melhor assim; mais fácil lidar com pessoas honestas, francas, sinceras e objetivas.
Os artigos nem sempre recebem comentários; natural. Pelo que sei, os jornais consideram que o comentário feito por um leitor representa o pensamento de mil outros que se calam. Ainda assim, insegurança e o desejo ardente de acertar põem em dúvida a adequação dos artigos e acendem a luz amarela: “estarei agradando? Estarei correspondendo?”
A dúvida aumenta quando leio os demais colunistas do PORTAL IMULHER. Fascinam-me, para citar apenas alguns, os artigos brilhantes e esclarecedores do Professor Ronald, os textos espiritualizados, suaves e sensíveis da Simone e as palavras de alto astral de Liliane Bento. Tenho-os como exemplo que devo seguir para não deixar cair o nível dos meus escritos.
Normalmente, envio pelo WhatsApp o site de meus artigos para amigos e, mesmo entre eles, o feedback é eventual. Pois bem.
Tenho um casal de amigos a quem devoto grande amizade há mais de 15 anos: Mayra Guimarães e Pedro Henrique. Mais jovens que eu, a diferença de idade nos aproxima. Passo experiência para eles e deles recebo juventude; passo conhecimentos antigos e eles me atualizam com modernidades. Educados, tranquilos e serenos, sabem ouvir com a mesma paciência com que me explicam as evoluções do mundo, muitas vezes difíceis de serem assimiladas pelos mais vividos. Foi de Mayra que recebi o feedback que me exultou.
Recebi dela a foto que ilustra esta crônica: o pernilongo em sua mão, acompanhado de um comentário: “Difícil trabalhar com tantos pernilongos. Vinguei-me de um e me lembrei de você”.
Ao receber a foto acima e a mensagem da Mayra, ocorreu-me que eu tenho uma leitora (IABADABADUU! como diria Fred Flintstone). Além disso, pensei comigo mesmo que poderia estar fazendo escola de vingadores de pernilongos.
Por outro lado, opondo-se à alegria o ‘demoninho interior’ atacou-me e me perguntou se eu estaria incentivando a psicopatia. Estaria eu propagando o sadismo, como fui acusado em mensagens que recebi quando retirei a asa do pernilongo que me infernizava a vida? Estarei eu fazendo campanha contra a Natureza?
Porém, quedei-me sossegado. Agitado e com boa dose de maldades e desejo de vingança, posso ter momentos de reação e vingança contra pernilongos. Mas Mayra – doce, meiga, serena e sensível – seguiu meu exemplo, vingou-se de um pernilongo e se lembrou de mim, o que me faz crer que os antipáticos bichinhos merecem tal reação.
Com tais pensamentos, apenas curti a alegria de haver recebido a confirmação de ter uma leitora e de, em razão da atitude de Mayra a quem admiro e prezo, uma vez mais considerar-me normal, porquanto a vingança contra os terríveis insetos faz parte do cotidiano de pessoas normais.
Confira AQUI a crônica que deu origem ao feedback da leitora.
2 Comentários
Luisa Mell que lute!
Crônica deliciosa e aprazível de ser lida.
A sinceridade de Cláudio Duarte me agrada e muito.