Com o advento da pandemia e o fechamento de bares e restaurantes, o serviço de delivery aumentou bastante e hoje pode alcançar até 30% do faturamento de restaurantes.
O serviço de delivery é feito praticamente por duas grandes empresas: Ifood e Rappi, que cobram taxas que variam de 20% a 30% do valor do pedido. A Uber Eats anunciou a saída do mercado de entrega de alimentos.
Em razão do aumento da demanda e do valor elevado das taxas cobradas pelas empresas, bares, restaurantes e lanchonetes começam a criar sistemas próprios de entrega de alimentos. O serviço próprio traz as vantagens de fugir das elevadas taxas de entrega e de tornar o atendimento mais pessoal por meio do contato direto restaurante – cliente, sem o intermediário entregador. Isto certamente contribuirá para a empresa conhecer melhor o cliente e fidelizá-lo.
Outro fator a considerar é que os restaurantes perderam os dados de seus clientes, que ficavam de posse da plataforma de entregas; as empresas não tinham como aprimorar o relacionamento com o cliente.
A Burger King vendia menos de 5% de seus pedidos por entrega antes da pandemia. Atualmente, mesmo com a abertura das lanchonetes, o número de entrega de pedidos chega a 15% de seu faturamento. Maior volume de entregas significa maior valor da taxa a pagar pelo serviço de delivery, o que compensa a criação de serviço próprio de entregas.
A participação do delivery no faturamento do Bob’s aumentou de 7% para 22%. A empresa tem o objetivo de aumentar o delivery próprio ao longo do ano.
A criação de delivery próprio não deve excluir a participação com o Ifood e o Rappi, pois são formas de captar clientes e aumentar as opções de compras para os clientes. Os clientes devem ter a possibilidade de acessar o cardápio do restaurante pelos aplicativos de delivery.
Outro fator deve ser considerado para a busca do serviço próprio de entrega. Com a saída do Uber Eats do mercado e a concorrência limitar-se a duas empresas, Rappi e Ifood, o setor caminha para o monopólio, o que deixaria restaurantes e lanchonetes reféns de apenas uma empresa. Ainda mais que a Ifood ampliou seu domínio e detém estimados cerca de 80% do mercado de entrega de alimentos.
Eis exemplo determinante do valor do livre mercado: as empresas e o mercado criam situações próprias em busca de maior economia e maior eficiência. A “mão invisível” do mercado vai ajustando as coisas, sem a interferência falha e limitada de burocratas, que atuam em economias centralizadoras.