Notícias da semana de maior interesse para mulheres dinâmicas, gestoras, e empreendedoras.
A SEMANA
A imprensa tem-se referido aos acontecimentos de depredação de órgãos públicos em Brasília do dia 8 de janeiro como “atentado à democracia”, “golpe contra a democracia”, “terrorismo”.
O partidarismo e a ideologia que imperam na imprensa exigem cautela no acompanhamento das notícias.
Advogados de renome têm declarado que não se podem classificar aqueles atos de quebradeira como terrorismo, porque a Lei nº 13.260 de 16 de março de 2016, conhecida como Lei Antiterrorismo, define como terrorismo atos motivados “por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública“.
Muito pouco se falou sobre as condições desumanas a que as pessoas detidas foram submetidas, à desobediência da lei, à transformação de ginásio de esportes em presídio, o que chegou a ser considerado cópia dos campos de concentração nazistas por opositores.
AMERICANAS I
O assunto das “inconsistências fiscais” no balanço das Lojas Americanas foi o assunto de economia da semana. Muitos órgãos de imprensa trataram os desacertos do balanço de 20 bilhões de reais “inconsistência fiscal”.
O rombo aconteceu porque empréstimos captados pela empresa para financiar o pagamento a fornecedores foram registrados indevidamente como pagamento a fornecedores e não como dívidas. Dívida registrada como crédito ou pagamento inflou artificialmente (ou ilegalmente) o balanço da empresa. Depois desse rombo, a empresa reconheceu dívida bruta de R$19 bilhões, o que somou mais de R43 bilhões em dívidas.
Há muitas perguntas a serem respondidas sobre o tema. Como uma empresa consegue deixar acontecer rombo de 20 bilhões de reais em seu balanço? Não se sabe se as falhas estão relacionadas à governança da varejista ou se à falta de controle. Não se sabe se é uma questão de política contábil ou de fraude. As informações prestadas pela empresa não deixam claro o que de fato ocorreu.
Ao contestar na Justiça o bloqueio de execuções obtido pelas Americanas, o Banco BTG Pactual definiu o rombo como “fraude confessada”.
AMERICANAS II
A varejista Americanas entrou com pedido de recuperação judicial na quinta-feira, 19, alegando ter dívidas de R$43 bilhões com mais de 16,3 mil credores. Comprometeu-se a entregar a lista dos credores e do montante da dívida em até 60 dias.
Segundo o juiz que concedeu o pedido, trata-se de uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas no país por conta do passivo e da repercussão no mercado.
A empresa afirmou que “seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, e seus objetivos são a manutenção dos empregos, pagamento de impostos e boa relação com fornecedores, credores e investidores de maneira geral”.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A recuperação judicial é o meio pelo qual a empresa passa a ser administrada judicialmente por terceiros, com o acompanhamento da Justiça. A empresa terá 180 dias, chamado “prazo de blindagem”, em que todas as obrigações de dívidas ficam suspensas. Durante esse prazo, os credores não podem cobrar nada da empresa na Justiça. O prazo pode ser prorrogado por mais 180 dias.
A empresa terá 60 dias de prazo para apresentar a versão de um plano de reestruturação, com as medidas para reestruturar-se. Em 150 dias, deverá convocar assembleia de credores para aprovar o plano de reestruturação proposto.
Não há prazo previsto para a recuperação judicial, e o processo pode arrastar-se por anos. O ideal para a empresa é que seja breve, para voltar a caminhar pelas próprias pernas.
AMERICANAS III
A Americanas foi fundada em 1929, no Rio de Janeiro, por um imigrante austríaco e quatro americanos; daí o seu nome.
Está presente em 900 cidades brasileiras. Conta com 3.600 pontos de venda, atende mais de 50 milhões de consumidores, gera mais de 100 mil empregos diretos e indiretos e recolhe anualmente mais de R$2 bilhões em impostos.
AMERICANAS IV
O pedido de recuperação judicial da Americanas listará em quarto lugar no ranking das maiores operações de recuperação judicial realizadas no Brasil, considerando-se a dívida da empresa.
A Odebrecht arrastou consigo outras empresas denunciadas na Operação Lava-Jato e declarou dívida de R$80 bilhões.
A recuperação judicial da empresa de telefonia Oi, concluída em dezembro de 2022, ocupa a segunda posição do tamanho da dívida total, R$65 bilhões.
Em terceiro lugar, aparece a Samarco, responsável pela maior tragédia ambiental do país e pelo rompimento da barragem Bento Rodrigues, declarou dívida de R$ 55 bilhões.
Em quarto lugar, aparece a Americanas, com a dívida declarada de R$43 bilhões.
Seguem-se a Sete Brasil, empresa de gestão de portfólio de ativos voltados para a exploração na camada pré-sal, com dívida de R$19 bilhões, e a OGX, empresa do grupo EBX que atuou nas áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural, com dívida de R$12,3 bilhões.
BANCOS
Certamente o calote das Americanas não descapitalizará os Bancos, mas reduzirá os seus lucros. Os Bancos credores podem ser obrigados a reservar em balanço um valor, proporcional ao montante da dívida da empresa com eles, para cobrir eventual risco de calote.
CHOCOLATE NA PÁSCOA
O mercado de chocolate na Páscoa será afetado este ano por conta da recuperação judicial das Lojas Americanas, maior varejista de ovos de Páscoa do país. A distribuição dos produtos ocorre entre janeiro e fevereiro, mas o primeiro lote foi entregue e, caso não haja o respectivo pagamento, os fornecedores avaliam se continuarão a entregar novos lotes.
As empresas de doces e chocolates saem perdendo com as incertezas do futuro da Americanas. A Páscoa é o período em que o chocolate é negociado em maior quantidade, e o produto não pode permanecer em estoque. Na segunda-feira depois da Páscoa, os ovos de Páscoa são vendidos pela metade do preço. Estima-se que 50% do chocolate consumido no país são saboreados durante a Páscoa.
Evidentemente, as lojas concorrentes se beneficiarão em razão do grande volume de vendas feito pela Americanas e se esforçarão para fisgar os clientes dela.
LIXO E EDUCAÇÃO
Os números sobre lixo assustam e parecem exagerados. No entanto, os dados são confirmados pela realidade.
Na noite do último dia 15, um evento de música não autorizado pelas autoridades foi realizado na Praia do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Milhares de pessoas se reuniram em frente a um quiosque. Não havia policiamento, nem controle de trânsito, nem a presença de guardas municipais.
A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana, vinculada à Secretaria de Conservação e Serviços Públicos do município), responsável pela limpeza da cidade, informou que recolheu mais de 68 toneladas de lixo da praia, no total incluído o lixo da limpeza normal e a sujeira deixada pelo evento. Isto num único dia.
Excesso de lixo? Falta de educação? Ou ambos?
INFLAÇÃO NA ARGENTINA
A inflação na Argentina aproxima-se dos 100% anual. O governo argentino tem evitado imprimir notas com valor maior que a de 1.000 pesos (equivalente a menos de 3 dólares ou 28 reais), nota de maior valor em circulação.
Com o aumento dos preços diante da elevada inflação e sem notas de maior valor, os argentinos precisam de maior quantidade de notas para adquirir o mesmo produto. Assim, sacam nos Bancos cada vez maior número de notas, aumenta a quantidade de notas circulando, embora com valor menor, corroído que é pela inflação. Turistas, frequentemente, andam com maços de pesos.
Por sua vez, os Bancos, que precisam transportar dinheiro para as agências e os caixas eletrônicos, estão precisando de mais espaço para guardar as notas. O Banco Galicia já aumentou o número de seus cofres de 2 para 10 desde 2019 e deve inaugurar mais 2 este ano.
Com a inflação, tudo aumenta – salários, preços, produtos -, o que faz aumentar a quantidade de dinheiro em circulação. Desde a posse do presidente Alberto Fernandez em 2019, a quantidade de dinheiro circulando no país aumentou de 895 bilhões de pesos (pouco mais de 20 bilhões de dólares) para 3,8 trilhões de pesos (mesmo valor em dólares), segundo o Banco central argentino.
POUPAR ENERGIA
Os europeus diminuíram a calefação neste inverno a fim de poupar energia. Diminuir a potência dos aquecedores, ligar os aquecedores mais tarde, reduzir a temperatura dos aquecedores, instalar termostatos inteligentes para obter maior controle do consumo de gás são algumas das medidas tomadas.
Diante das medidas de economia de energia, o chefe da agência reguladora de gás alemã, Klaus Mueller, acredita que não deverá ocorrer escassez de gás durante o inverno.
A União Europeia importa 80% do gás que consome, e o gás atende 32% das necessidades de energia das casas.
PRODUÇÃO DE MOTOS
2022 foi o melhor ano no Brasil para os fabricantes de motocicletas. A produção atingiu 1,41 milhão de unidades, crescimento de 18,2% em relação a 2021. A produção de 2022 não foi recorde; a de 2014 atingiu 1,52 milhão.
Contudo, a produção não foi suficiente para atender a demanda; há perto de 100 mil clientes na fila à espera de motocicleta nova.
A falta maior acontece com os modelos de baixa cilindrada (até 160 cc), segmento que responde por 80% do comércio de motos no Brasil. As montadoras têm conseguido atender a demanda de motos de alta cilindrada.
As motos ganharam espaço como geradoras de renda e como opção rápida e econômica de mobilidade nas grandes cidades.
EMPRESAS MAIS VALIOSAS DO MUNDO
O ranking das 500 empresas mais valiosas do mundo, elaborado pela Brand Finance, consultoria mundial de avaliação de marcas, apresentou 3 empresas brasileiras entre elas.
O Itaú Unibanco aparece na 242ª posição; o Bradesco, na 465ª, e o Banco do Brasil na 481ª.
O Itaú é a marca mais valiosa na América Latina, depois de ultrapassar a cervejaria mexicana Corona.
As dez marcas mais valiosas do mundo, de acordo com a consultoria, são a Amazon, Apple, Google, Microsoft, Walmart, Samsung, ICBC, Verizon, Tesla e Tik Tok.
FRASES DA SEMANA
VIDA LONGA
“A vida bem preenchida torna-se longa”.
Leonardo da Vinci (1452 – 1519), cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico.
OLHO DO DONO
“O olho do dono vê mais que dez empregados”.
George Herbert, (1593 – 1633), poeta, pensador e orador inglês, mostrando que o conceito de que “o olho do dono é que engorda o porco” é antigo e que os negócios prosperam se tiverem a supervisão direta do dono.
EMPRESAS MAIS VALIOSAS
“As marcas de tecnologia em todo o mundo perderam valor significativo em resposta à mudança nos padrões de demanda. A inflação afetou marcas em muitos setores, mas, à medida que os hábitos do consumidor voltam parcialmente aos padrões pré-pandêmicos, a demanda pelos serviços de marcas de tecnologia foi particularmente afetada. Além disso, cadeias de suprimentos interrompidas, escassez de mão de obra e maiores obstáculos ao financiamento deixaram sua marca”.
David Haigh, presidente e CEO da Brand Finance.
COMEÇAR
“O começo é a parte mais importante do trabalho”.
Platão, (427 a. C. – 347 a. C.), filósofo e matemático grego do período clássico da Grécia Antiga.