O trabalhador brasileiro tem baixo desempenho no trabalho, de acordo com dados do Conference Board.
Conference Board
A Conference Board, organização de pesquisa e associação empresarial sem fins lucrativos, abrange 60 países e conta entre seus membros com mais de 1.000 empresas públicas e privadas e outras organizações.
Com sede em Nova York, a organização, financiada pelas contribuições dos membros, realiza pesquisas sobre gestão empresarial e econômica.
Produtividade do brasileiro
A Conference Board analisou a produtividade dos trabalhadores em 131 países, e o resultado não foi nada bom para os brasileiros.
Os países com os trabalhadores mais produtivos, de acordo com os dados da Conference Board, são Luxemburgo, Noruega e Dinamarca.
Em 2024, o Brasil ficou em 78º lugar, atrás de outros países sul-americanos: Uruguai (48º), Argentina (56º) e Chile (59º). Outro dado negativo é que a produtividade do trabalhador brasileiro representou um quarto da produtividade do trabalhador americano em 2024.
Exemplificando, enquanto o trabalhador americano gera a riqueza de 100 dólares por hora trabalhada, o brasileiro gera apenas 25 dólares por hora trabalhada.
O gráfico abaixo mostra a produtividade em dólares de trabalhadores de diferentes países e a média global.
A produtividade serve como parâmetro para indicar a riqueza e o desenvolvimento do país.
Até 2015, a produtividade do Brasil estava acima da média mundial; ainda assim, bem distante dos líderes. Em 2020, o Brasil caiu e ficou abaixo da média mundial e assim permaneceu em 2024.
Carga laboral
Dados da Organização Internacional do trabalho mostram que a carga de trabalho média do brasileiro é 39 horas de trabalho por semana.
O Canadá tem a menor carga semanal de trabalho, com 32,1 horas. No entanto, cada trabalhador canadense gera cerca de 68 dólares de riqueza por hora trabalhada, e o brasileiro, 21,4 dólares.
Com tal produtividade, o país não tem condições de diminuir a carga de trabalho semanal, como deputados pretendiam ao apresentar proposta da redução da escala de 6 X 1 (seis dias de trabalho por um de descanso) para 36 horas semanais, divididas em quatro dias. Diminuir a carga de trabalho significará diminuir a riqueza do país.
Somente países ricos e altamente produtivos poderiam diminuir a carga de trabalho. O brasileiro tem a cultura da “doce vida”, da terra “abençoada por Deus, bonita por natureza” em que “se plantando tudo dá”. Os Estados Unidos, mesmo tendo alta produtividade, não diminui a carga semanal porque o país tem a cultura do trabalho.
Fatores da baixa produtividade
Sem dúvida, a baixa escolaridade é o principal fator da pouca produtividade.
O desconhecimento da tecnologia, que está associado à baixa escolaridade, é outro, porquanto gera dificuldade de manipular máquinas e ferramentas.
A grande rotatividade no emprego surge como outro fator, porque a permanência no trabalho por pouco tempo impede o aprendizado e a especialização.
Pelo lado das empresas, há dificuldade de renovar equipamentos e estruturas, até pela dificuldade de conseguir mão de obra especializada. As empresas também pagam alta carga tributária incidente sobre os salários, o que dificulta contratações e o apoio à especialização dos trabalhadores.
1 comentário
Trabalhei 22 nos RH’s de grandes empresas e este artigo não poderia ser mais realista!