A baixa autoestima paralisa as pessoas, rouba a confiança e as faz se sentirem inferiores e menos capazes do que realmente o são. Muitos são os fatores que contribuem para que uma mulher não se sinta boa o suficiente para ter um emprego legal, um relacionamento saudável, uma família, dinheiro e para se sentir feliz e plena. Muitos desses problemas têm origem na infância, dependendo das crenças que os familiares, mais próximos, incutiram na sua cabeça e a fizeram acreditar.
Um dos motivos principais para uma vida infeliz e sem motivação, e que é reforçado pela sociedade, é de que as mulheres devem ser magras para serem felizes, amadas e terem uma vida satisfatória. Essa humilde coluna tem por objetivo alertar as mulheres, principalmente as com curvas generosas, a se amarem e se sentirem plenas, mesmo estando fora dos padrões reforçados pela sociedade e que, muitas vezes, infelizmente, são endossados por outras mulheres. Justamente aquelas que deveriam ter sororidade pelas outras.
Já é difícil ser mulher em uma sociedade machista, porque mesmo velado, ele ainda existe. Imagine não poder contar com o apoio das semelhantes. Por isso, sugiro sempre que as mulheres mantenham uma rede de apoio, formada por mulheres, irmãs, mãe, tias, amigas, que possam lembrá-las do seu valor quando estiverem tentadas a sucumbir.
De uns tempos para cá alguns padrões de comportamento estão mudando, porém de forma muito lenta. O mercado da moda, um dos balizadores da autoestima das mulheres, já tem oferecido coleções para mulheres maiores, a partir do tamanho 44. É o segmento Plus Size que, aos poucos, vem ganhando força. Já existem modelos para esse segmento que fazem muito sucesso e seus perfis nas redes sociais bombam, uma prova clara de que o tamanho de uma pessoa não pode ser regra para medir o nível de felicidade a que ela tem direito.
Eu sou mulher, jornalista, empreendedora e muito feliz com quem sou, mesmo sendo uma representante do segmento Plus Size, usando G, GG, alternando entre 44 e 46. Mas não sou hipócrita para afirmar que nasci assim, cheia de segurança, à vontade na própria pele e que não cuido da alimentação para não engordar. Estou sempre me cuidando, mas porque me amo, e não pra atender uma exigência da sociedade. A mulher que sou hoje, que não deixa um homem ou a sociedade medir o seu valor pelo seu peso ou medidas na fita métrica, foi construída ao longo dos anos. E ainda estou em processo, porque não podemos esquecer nunca de quem somos.
E é por isso que aceitei o convite da jornalista Danielle Fuchs para contribuir com o Portal iMulher, que será de extrema relevância no processo de empoderamento das mulheres, com o objetivo de ajudar as leitoras a conquistarem o seu espaço merecido, seja na sociedade, num emprego, no coração de um homem ou onde ela quiser. Algumas só querem ir tomar espumante em Paris, na beira do Rio Sena, calçando um par de sapatos Louboutin, e está tudo certo. Não há limites para ser feliz. Cada uma deve buscar o seu caminho.
Agradeço o tempo que você dedicou lendo este artigo e espero encontrá-la na próxima coluna. E, querendo sugerir um tema para a coluna ou para conversar, estou por aqui!
“A maneira mais segura de perder a autoestima é tentando descobri-la através dos olhos dos outros.”
Becca Lee é uma escritora australiana que escreve com o objetivo de inspirar os outros a se tornarem sua própria inspiração, depois de ter, ela mesma, superado uma vida de depressão, ansiedade e automutilação. Ela escreve sobre a beleza da imperfeição, o contentamento completo do amor-próprio e a magia da esperança imorredoura.
12 Comentários
Texto excelente, corajoso e assertivo. É preciso derrubar esse tipo de preconceito que nos acorrenta de forma brutal à aparência física. Parabéns à jornalista Liliani Bento pela abordagem.
Obrigada Helvânia pelo retorno. Espero que muitas mulheres se sintam representadas e quebrem as algemas do preconceito. Está na hora das pessoas serem valorizadas pelo conjunto e não apenas pela embalagem!!!
Parabéns pelo tema Liliane , realmente existe uma cobrança muitas vezes ostensiva e também velada na maioria das vezes quanto aos padrões fisicos tanto feminino ou masculino em nossa sociedade consumista .
Falar abertamente sobre o referido assunto em uma coluna é qubrar tabus.
Olá, Ademir. Muito obrigada pelo comentário. Realmente a cobrança está dos dois lados, homens também têm sofrido preconceito, mesmo que em menor grau.
Esse tipo de conteúdo realista e atual é de suma importância para trazer novamente a auto estima da mulher, que pra muitas vezes fica escondida pela exigência da perfeição. Amei o texto. Obrigada por tanto!
É verdade Aline, fica o alerta para valorizarmos o conjunto. E o mais importante, independente das medidas, que as mulheres sejam felizes. Não pode haver uma padronização. Obrigada!
Penso que a baixa autoestima está relacionada de como acreditamos que as coisas deveriam ser. O primeiro passo e começar a ganhar mais confiança em si mesmo e alcançar o seu bem-estar psicológico. A insegurança é um dos fatores principais. Talvez o grande segredo é buscar o prazer pelo prazer, começando a gostar de pessoas que demonstram querer o mesmo. A felicidade está naquele instante que de vida que vale a pena ser vivido. Padrão de beleza é ser agradável.
Osair o primeiro passo para a felicidade, ao meu ver, é ter a autoestima elevada, aceitando o que não podemos mudar, disfarçando o que não gostamos, evidenciando nossos pontos fortes e, claro, sempre agradecendo por tudo que temos e somos. Sem se preocupar em seguir regras ou padrões, mas sim valorizando as pessoas no conjunto. Quando as pessoas começarem a fazer isso, vão perceber o quanto isso é grandioso e quantas sensações maravilhosas podem ser sentidas na companhia de alguém que, digamos, está fora dos padrões que a moda dita, seja por ter uns quilos a mais ou a menos, por ser alto ou baixo, careca ou com cabelo, dessa cor ou da outra…. etc… os senões são muitos. O ser humano é uma obra divina e perfeita, cada uma com suas peculiaridades. Isso que torna cada ser único!
Parabéns! Tema super relevante e com abordagem bem equilibrada! A colocação “Estou sempre me cuidando, mas porque me amo, e não pra atender uma exigência da sociedade.” foi espetacular!!! Resumiu o ponto central que, na minha opinião, urge por reflexão nos dias atuais! Sucesso, Lili!!!!
Um elogio de uma amiga jornalista conceituada é muito importante. Por isso, defendo que as mulheres tenham uma rede de apoio, formada por outras mulheres, que as ajudem a nunca esquecerem o seu valor. Temos que ser aquela que arruma a coroa da outra, sem alardear para o mundo.
Muito Bom, precisamos ouvir mais sobre auto-estima e não tem haver só com a beleza e sim com a nossa capacidade de evoluir e mostrar o nosso valor. Uma vez escutei o filósofo Mário Sérgio Cortella falando que é importante o ser humano sentir o descontentamento, achei muito estranho esse comentário e não entendi o porquê: a explicação é que se nos sentirmos assim, nunca vamos desistir e sempre estaremos buscando algo para nos sentirmos melhores em todos os sentidos, principalmente no nosso bem estar. Concordei com ele.
Exato Roseli. Não devemos esquecer nunca de quem somos e do valor que temos como um ser único, cheio de defeitos e qualidades. E, como diz Cortella, de quem sou fã, o descontentamento nos faz buscar o nosso melhor.Mas, sempre tendo em mente que tudo que queremos aperfeiçoar ou mudar, em nós, deve ser sempre pelo nosso bem estar e nossa felicidade, e não porque a sociedade exige.