O mercado de bicicletas elétricas no Brasil é pequeno e tem muito espaço para crescer.
As bicicletas elétricas representam apenas 1,5% de todas as bikes vendidas no país. Na Colômbia, a porcentagem chega a 8%. Em alguns países da Europa, a porcentagem se aproxima dos 50%, ou seja, a cada 2 bicicletas vendidas, uma é elétrica.
Dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), associação que tem como missão fortalecer a economia da bicicleta e o seu uso e atua para promover o uso de bicicletas como transporte, esporte, turismo, lazer e logística, indicam que, em 2022, O Brasil registrou 44.833 bicicletas elétricas negociadas, aí incluídas as produzidas no país e as importadas. O número foi 9,64% maior que o de 2021.
Ainda assim, o mercado de bikes elétricas é pequeno e cresce muito aquém das perspectivas dos fabricantes e das possibilidades do país.
Os motivos que prejudicam o crescimento desse mercado são a falta de infraestrutura das cidades e a alta carga tributária que incide sobre as bicicletas elétricas.
As cidades brasileiras não oferecem infraestrutura para circulação de bicicletas com segurança. Por isso, as bicicletas são mais usadas como esporte e lazer.
Segundo Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike, 85% do custo de bicicletas elétricas são impostos. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é 35% mais alto que o IPI sobre uísque e fogos de artifício. A bicicleta elétrica ainda é tratada como artigo de luxo e não como meio de transporte prático que não afeta o meio ambiente e pode ajudar a desafogar o trânsito nas cidades.
Em 2018, a Aliança Bike apresentou, ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, demanda no sentido de igualar o IPI das bicicletas elétricas ao das comuns, que é de 10%. A demanda ainda não teve solução, emperrada pela burocracia estatal e pela hesitação do governo em diminuir impostos.
Também há dificuldade de conseguir financiamento para a compra de bicicletas elétricas; é mais fácil conseguir financiamento para comprar motos.
Existem bicicletas elétricas no mercado com preço a partir de R$3 mil. Contudo, as mais baratas são mais pesadas, os componentes não são de boa qualidade, têm baixa autonomia, de 25 Km, e demandam mais manutenção. Aquelas, na faixa de preço em torno de R$ 10 mil, têm autonomia de 80 Km com o motor acionado.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, ciclomotor é todo veículo de duas ou três rodas, provido de motor de propulsão elétrica com motor de até 50 cm3 e cuja velocidade máxima declarada pelo fabricante não ultrapasse a 50 km/h. O ciclomotor que ultrapassa 50 Km/H é considerado motocicleta.
Para conduzir ciclomotores é necessária a autorização para conduzir ciclomotores (ACC) ou carteira nacional de habilitação (CNH), categoria A. As bicicletas elétricas, que não atinjam a velocidade de 50 Km/h, devem circular nas mesmas condições das bicicletas convencionais.
As bicicletas elétricas são recarregadas nas tomadas comuns da rede elétrica, diferentemente dos carros elétricos, que necessitam de infraestrutura especial.