O cinema foi criado em 1895, quando foi feita a exibição pública de imagem em movimento. Em 1896, foi realizada a primeira sessão de cinema no Brasil.
Logo em suas primeiras exibições, o cinema atraiu aficionados, tanto para assistir aos filmes como para fazer filmagens.
Em 1897, a filmagem do presidente Prudente de Morais chegando a Petrópolis tornou-se o primeiro filme produzido no Brasil. Porém, muita gente questiona a legitimidade desse filme, alegando que ele teria sido gravado na Europa.
Em 19 de junho de 1898, ao retornar de viagem à Europa o italiano Afonso Segretto filmou “Uma vista da Baía de Guanabara”. Em razão da data dessa filmagem, 19 de junho é considerado o “Dia do Cinema Brasileiro”.
A se lamentar que nenhuma cópia desse filme tenha sido preservada. Ficou a comemoração na data.
Os primeiros filmes produzidos no Brasil eram documentários com cenas do cotidiano. Logo começaram produções de histórias de ficção, de baixa qualidade.
A partir da década de 1910, filmes estrangeiros começaram a chegar ao Brasil, principalmente os oriundos de Hollywood, e o cinema nacional sofreu com a forte concorrência.
O cinema brasileiro ressurgiu na década de 1930, quando a produtora “Cinédia” passou a produzir o gênero conhecido por “chanchadas”. Entretanto, autores dizem que a chanchada surgiu em 1941 com a Companhia Cinematográfica Atlântida.
A chanchada, gênero tipicamente brasileiro, eram filmes alegres, de histórias cômicas pontuadas com marchinhas de carnaval e confusão. A chanchada caiu no gosto popular e tornou-se sinônimo do cinema brasileiro entre 1930 e 1960.
Algumas eram paródias ao cinema norte-americano, acrescidas de piadas brasileiras e do jeito carioca de ser. Por exemplo, Hollywood produziu o faroeste “Matar ou Morrer”; a Companhia Atlântida produziu “Matar ou Correr”.
A dupla cômica era Oscarito e Grande Otelo e brilhavam outros artistas como Anselmo Duarte, Cyll Farney, Zezé Macedo, José Lewgoy, Zé Trindade… Carmem Miranda revelou-se nas chanchadas e depois fez sucesso em Holywood.


Mazzaropi destacou-se em outra produtora, fazendo o papel do jeca ou caipira.
A partir das chanchadas, vieram as pornochanchadas, filmes mais sensuais influenciados por produções eróticas europeias.
Nos anos 1950/1960, surgiu reação contra a tentativa de copiar Hollywood e nasceu o “Cinema Novo”, buscando temas brasileiros e retratando conflitos políticos e sociais.
O Cinema Novo pretendeu renovar a linguagem cinematográfica, negar Hollywood e marcar-se pela crítica às injustiças sociais. A arte foi sacrificada pela política; a beleza da arte perdeu espaço para a politização.
Em 1962, o filme “O Pagador de Promessa” conquistou a “Palma de Ouro”, prêmio máximo do Festival de Cannes, único filme brasileiro a obter essa honraria. Foi indicado ao Oscar, mas perdeu.

A Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) considerou “O Pagador de Promessa” o nono melhor filme brasileiro, em lista divulgada em 2015.
Com a criação da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), o Estado brasileiro passou a financiar a produção de filmes. A Embrafilme fez surgir o sistema de escolha de filmes centralizado, o qual primava pela escolha em função dos nomes dos produtores e não pela qualidade dos filmes.
A política continuou influenciando na produção de filmes.
Em 1997, as Organizações Globo criaram sua própria produtora, a Globo Filmes, e passaram a dominar o mercado cinematográfico, além do mercado televisivo. Sua supremacia se confirmou entre 1998 e 2003, quando os filmes com a participação da empresa obtiveram 90% da receita de bilheteria dos cinemas.
A partir de 1990/2000 o Brasil passou a produzir filmes que alcançaram destaque mundial, lograram obter premiações internacionais e obtiveram boas bilheterias. O filme “Central do Brasil” inseriu o cinema brasileiro no circuito mundial.
A época foi chamada “Cinema de Retomada”. “O Quatrilho”; “Cidade de Deus”; “Carandiru”, “Tropa de Elite”; “Minha mãe É uma Peça” e “De Pernas pro Ar” são exemplos de filmes lançados na época que obtiveram sucesso.
Em 2019, veio o coronavírus que afetou a sociedade como um todo e o cinema em particular. O mundo quase todo parou, as pessoas recolheram-se em casa e salas foram fechadas.
Será agora o momento de nova retomada diante de mais uma crise que caiu sobre o cinema brasileiro.