A eliminação de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, ocorrido em 30 de julho, não mais é notícia, a não ser pelas lições que o evento traz e que são debatidas neste artigo.
A MORTE DE ISMAIL HANIYEH
Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, foi morto no dia 31 de julho deste ano no prédio para veteranos de guerra em Teerã, onde estava hospedado. Ele havia ido a Teerã para a posse do novo presidente do Irã.
O ataque ocorreu de madrugada, por volta de 2 horas da manhã, e gerou muita especulação. Inicialmente, correu a versão de que ele foi morto por um ataque aéreo preciso nas dependências do prédio.
VERSÕES DO ATAQUE
Depois, correu a versão de que ele foi atingido por um projétil de curto alcance. Mais tarde, surgiu a versão de que ele foi assassinado por meio de um dispositivo explosivo que estava secretamente escondido na casa em que ele se hospedara e que foi detonado remotamente quando havia a certeza de sua presença no quarto. A bomba foi escondida na casa cerca de dois meses antes do atentado.
Prevaleceu a versão do assassinato por meio do dispositivo explosivo.
Quase um mês depois do ocorrido, o fato não mais seria objeto de notícia, não fossem as lições que dele se podem colher.
A SURPRESA
A primeira lição é que Teerã foi surpreendida com o ataque, e a surpresa causou desorientação. Aparentemente ninguém sabia o que havia acontecido nem como aconteceu e daí o grande número de versões desencontradas sobre o corrido. O ataque surpresa cumpriu a finalidade.
O Hamas foi golpeado em local, hora e de forma inesperada. Ataques realizados explorando o fator surpresa tendem a obter sucesso.
Para evitar ser surpreendido, você tem que ter conhecimento de seus planos, prever todas as possibilidades e estar preparado para enfrentá-las. A surpresa altera o equilíbrio de forças a favor de quem a obtém, pelo menos até que o surpreendido se recupere. O tempo de recuperação da surpresa oferece grandes vantagens ao adversário.
SEGURANÇA
A segurança é fator essencial para evitar a surpresa. Segurança em sua acepção completa, integral, em 360 graus, considerando todos os aspectos e todas as circunstâncias.
Para a empresa, assim como para quartéis e campos de batalha, não basta a segurança externa, aquela que é feita no perímetro, trancando portas e impedindo o ingresso de pessoas. A segurança interna não pode ser desprezada. Segurança do estoque, das instalações, de dados, do pessoal…
O exemplo do cavalo de Troia é bem marcante: a cidade protegida por muralhas resistiu ao cerco dos gregos, mas foi derrotada de dentro para fora.
Segurança interna inclui a fiscalização sistemática das instalações, o acompanhamento das atividades de sua equipe, o conhecimento de seu pessoal e a atenção voltada para seu interior. A segurança não deve ser descuidada em nenhum momento, sob pena de comprometer a empresa.
Vejam o corpo humano. Temos meios para nos defendermos de agressores externos, embora mais fracos que os dos animais. Podemos correr, subir em árvores ou nadar para fugir dos atacantes. Podemos usar armas, pedras e lanças. Contudo, a maior arma de defesa do ser humano é a inteligência.
Além dos recursos que o corpo nos proporciona, também temos o sistema imunológico que nos defende internamente e protege o corpo das agressões feitas por agentes que entram em contado com o corpo humano e pode atacar suas diferentes estruturas.
Você – gestor, administrador – planeje a segurança completa de sua empresa e considere tanto os aspectos externos quanto os internos.