O COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central que tem as finalidades de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros, estará reunido no início de agosto e muito se falará sobre “Taxa de juros” e “Selic”.
TAXA SELIC
O termo “Taxa Selic” será muito citado na imprensa e merece ser explicado em linguagem simples, mesmo porque muita gente ouve falar de SELIC, não sabe o que é e nem como ela interfere no dia a dia das pessoas.
A “TAXA SELIC”, abreviatura de “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”, é um índice econômico, (definição dada pelo Banco BTGPactual), utilizado por bancos para o cálculo de juros. A taxa é controlada pelo Banco Central (BC) e influencia todas as operações financeiras realizadas no país.
CONTROLE DA INFLAÇÃO
Uma das principais funções da Taxa Selic é controlar a inflação. Quando a taxa sobe, os juros para clientes dos bancos também sobem e o crédito fica mais caro. Crédito mais caro significa maior o valor da prestação e maior o valor total que será pago pelo bem adquirido.
Conclusão: com os juros altos, as pessoas não tomarão empréstimos, diminuirão o consumo e a demanda menor fará com que os preços se estabilizem ou caiam. Portanto, ao aumentar a Taxa Selic, o Banco Central faz diminuir o consumo. Ao diminuir a procura, os preços tendem a cair ou estabilizar-se.
Ao contrário, baixando a taxa de juros, a procura por financiamento será maior, a economia será aquecida e o consumo ativado. Essa ativação da economia poderá até trazer inflação. Porém, o Banco Central buscará o equilíbrio entre consumo e inflação por meio da variação da taxa SELIC, cujo valor é estabelecido em suas reuniões.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o índice oficial de inflação no país. O governo estabelece a meta da inflação anual.
A Selic serve como o principal instrumento para o BC perseguir a meta da inflação e vai determinando o valor da Taxa Selic de acordo com os valores mensais do IPCA. Se o IPCA estiver muito alto, por exemplo, o Copom sobe os juros para tentar aproximá-lo da meta, e vice-versa.

O aumento da Taxa Selic não é feito por maldade nem aleatoriamente; ele é feito para proteger a população da inflação, cujos efeitos são muito mais nocivos para o país que os juros altos.
O Banco Central realiza 8 reuniões anuais. A cada 45 dias, a diretoria do banco define o valor da Taxa Selic, depois de analisar basicamente quatro aspectos: inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo. Os cálculos são complexos e não é fácil explicá-los.
A taxa SELIC está em 13,75% ao ano. Demagogicamente, autoridades têm criticado a taxa de juros elevada, mas ela é um dos meios para conter a inflação. Baixar a taxa irresponsavelmente ou por canetada significa trazer de volta o dragão da inflação.
Como a inflação tem dado sinais de queda, a reunião do COPOM de agosto poderá baixar a taxa SELIC.
IMPACTOS DA SELIC SOBRE SUA VIDA
Resumindo, a Taxa Selic tem impactos sobre a sua vida:
- No controle da inflação;
- No custo do crédito (empréstimos, financiamentos, juros do cartão de crédito e outros);
- No rendimento de investimentos, desde o retorno da poupança até a atratividade da bolsa de valores;
- Nos gastos do governo. O aumento dos juros e da dívida pública fará com que governo irresponsável e gastador controle os gastos.