-
CREDENCIAIS DE NELSON GONÇALVES
O segundo cantor que mais vendeu discos em formato físico ou digital no Brasil: mais de 79 milhões de cópias até abril de 1998, data de sua morte. Roberto Carlos, com mais de 140 milhões de discos vendidos, é o recordista.
Gravou mais de 2 mil canções, 128 álbuns, 183 discos de vinil em 78 rpm (rotações por minuto).
Ganhados do Prêmio Nipper, dado pela gravadora RCA Victor, por haver permanecido mais tempo na gravadora (59 anos). O outro agraciado com esse prêmio foi Elvis Presley.
Ganhou 38 discos de ouro (por haver vendido mais de 41 mil cópias de um disco) e 20 discos de platina (pela venda de mais de 100 mil cópias de um disco). (Atualmente, na era do streaming, o artista consegue o disco de ouro e de platina em função da quantidade de plays e views que ele soma em sua plataforma. Anteriormente, era pelo número de discos vendidos).
Ao ouvir a apresentação de Nelson Gonçalves na City Music Hall, em Nova York, o cantor norte-americano Frank Sinatra afirmou que “a voz de Nelson Gonçalves era uma das mais belas vozes que tinha ouvido”.
-
NASCIMENTO E INFÂNCIA
Antônio Gonçalves Sobral nasceu em Sant’Ana do Livramento, Rio Grande do Sul, em 1919, filho de pais portugueses. Adotou o nome artístico Nelson Gonçalves por sugestão da cantora Sônia Carvalho. Menino, morou também em São Paulo.
No Colégio Liceu Eduardo Prado, São Paulo, sofreu bullying dos colegas e castigo de golpes de palmatória em razão de sua dificuldade de falar.
Ajudava o pai no sustento do lar; Nelson cantava, e o pai tocava violino.
-
JUVENTUDE
Trabalhou como jornaleiro, mecânico, engraxate, mecânico, pedreiro e cantou em bares e restaurantes.
Foi lutador de boxe. Aos 16 anos, foi campeão paulista em sua modalidade. Deixou o mundo das lutas para investir no sonho de infância de ser cantor.
-
DIFICULDADES QUE SUPEROU
Nelson Gonçalves sofria de gagueira; por isso, tinha o apelido de “Metralha”. Sofreu bullying em razão de sua dificuldade de falar. Sua gagueira sempre causou má impressão quando se apresentava às gravadoras ou a apresentadores de programas musicais. Não se deixou levar pelo preconceito e investiu em seu sonho de ser cantor.
Na década de 1940, o grande meio de comunicação eram as estações de rádio, que tinham programas de calouros. Nelson Gonçalves foi reprovado na maioria deles. Ary Barroso, apresentador do mais famoso programa de calouros da época, aconselhou-o a desistir da música e voltar a lutar boxe.
Foi dependente de cocaína e esteve afastado do mundo artístico de 1958 a 1966. Foi preso, acusado indevidamente de tráfico de drogas por um traficante de quem deixou de comprar drogas. Sua mulher na época, Maria Luíza, juntou as economias para pagar advogado e seu tratamento. Nelson superou a dependência química depois do tratamento e de ficar 4 meses trancado em casa para vencer a crise de abstinência.
-
FALTA DE RECONHECIMENTO
Por muito tempo, Nelson Gonçalves foi rotulado como “brega” (Adjetivo que significa pessoa que não possui cortesia, de modos indelicados. Cafona, de mau gosto. Estúpido, grosseiro, de gosto inferior).
Em 1966, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, que gravava depoimentos de artistas da música popular, julgou que a produção musical de Nelson Goçalves não justificava o convite para a gravação de seu depoimento. Esse fato comprova a dificuldade que artistas, de grande valor porém não ligados ao pensamento crítico ou ao pensamento político, encontram para ser reconhecidos.
Anos mais tarde, o Museu da Imagem e do Som fez-lhe o convite, mas ele o recusou.
“A Volta do Boêmio”, maior sucesso de Nelson Gonçalves.
-
ANOS 70, 80 E 90
Nelson Gonçalves cantou canções de novos compositores, tais como “Simples carinho” (Ângela Rô Rô), “Nada por mim” (Kid Abelha), “Ainda é cedo (Legião Urbana) e “Como uma onda” (Lulu Santos).
Fez dueto com Tim Maia (Renúncia), Chico Buarque (Valsinha) e Joanna.
-
FALECIMENTO
Nelson Gonçalves faleceu em abril de 1998, vítima de infarto agudo do miocárdio.
Foi uma das mais belas vozes, conforme bem atestou Frank Sinatra.
1 comentário
Gago não gagueja cantando, né?…
Eu adorava ‘A volta do boêmio”. Foi uma das primeiras músicas que aprendi a tocar, de ouvido, no violão. ‘Chico Mineiro’ também para agradar ao meu pai que Deus o tenha.
Conheci a biografia dele, da vida complicada que teve, e sempre me perguntava como ele superou tudo. Me lembro de seus olhos que trazia uma certeza melancolia.
Grande Nelson!
Voz linda!