No dia de Natal, a NASA, em parceria com agências espaciais de outros países, lançou o telescópio James Webb (JWST, na sigla em inglês), o telescópio espacial mais avançado já construído, que sucede o Telescópio Hubble, lançado em 1990. O custo dele foi de quase 10 bilhões de dólares, quase 60 bilhões de reais.
Seus principais componentes:
Diferenças entre o Telescópio Hubble e o Telescópio James Webb:
Há outra grande diferença. O Hubble foi projetado para ser sensível a comprimentos de ondas de luz visíveis, o que faz com que o Hubble seja capaz de detectar o mesmo tipo de luz que detectamos com nossos olhos.
Por sua vez, o Webb foi projetado para detectar a luz invisível aos nossos olhos. Com isso, o Webb verá coisas que o Hubble não consegue enxergar e verá objetos em distância muito maiores.
Com as câmeras infravermelhas do Webb, os cientistas verão os berçários das estrelas, que estão cobertos de nuvens de poeira; verá além da poeira espacial. O telescópio como que abrirá a cortina de poeira para que os cientistas entendam como nascem os aglomerados estelares.
Todos os átomos de tudo que compõe o Universo foram fabricados nas reações nucleares das estrelas e nas poderosas explosões que ocorrem nelas. Com isso, os cientistas esperam responder a questão “De onde viemos?”.
Outro uso do Webb será estudar a atmosfera de exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) e buscar entender melhor os blocos de construção da vida em outras partes do Universo. O Webb poderá detectar quais são os elementos químicos presentes na atmosfera de exoplanetas: se ele tem oxigênio e até água, considerada essencial para a vida como a conhecemos.
Quando o telescópio Hubble entrou em órbita em 1990, os cientistas perceberam que o refletor não havia sido polido corretamente. As imagens iniciais captadas das galáxias eram borradas. Depois que os astronautas conseguiram instalar lentes corretivas, o Hubble começou a ver o cosmos com clareza e as imagens ficaram nítidas. Por causa desta experiência, todos questionam se o espelho do Webb funcionará perfeitamente. Com um detalhe: O Hubble gira em torno da Terra a cerca de 500 Km do nosso planeta (órbita baixa) e pode ser alcançado pelo ônibus espacial. O Webb estará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, quase quatro vezes a distância da Terra à Lua. Se algo der errado, não será possível consertar.
O ponto em que o telescópio ficará foi escolhido por um motivo especial: nele, a atração gravitacional exercida pelo Sol e pela Terra cancela a aceleração centrípeta, o que fará com que o telescópio se mantenha em posição estável, com poucas correções de órbitas quando necessárias.
O Telescópio James Webb permitirá estudar o passado do Universo, o nascimento de estrelas e de galáxias e, assim, o ser humano estará aprendendo mais sobre ele mesmo. Permitirá também estudar o futuro, ao permitir a análise da composição da atmosfera de exoplanetas.
A Astronomia progrediu em decorrência do progresso das lunetas e dos telescópios. O primeiro passo que permitiu maior conhecimento do Universo foi a invenção da luneta por Hans Lippershey, em 1608. Depois, as observações feitas por Galileu Galilei no Século XVII mudaram a compreensão do Universo. Outro grande passo foi dado com o telescópio Hubble, que ofereceu aos cientistas nova visão do Universo e trouxe grandes conhecimentos. O Telescópio Espacial James Webb representará a entrada em nova era da Astronomia, que trará muitos conhecimentos e, certamente, novas dúvidas e perguntas sobre o mundo em que vivemos.