Os tempos são desafiadores para todos, ainda mais para quem vive o dia a dia do empreendedorismo. A pandemia do coronavírus literalmente deixou o mundo de cabeça para baixo. Vimos negócios consolidados que fecharam as portas, mas também vimos atividades que jamais tínhamos imaginado, protagonizando sucesso.
Entre essas histórias ganha destaque a presença das mulheres empreendedoras, que já são mais de 30 milhões em todo o Brasil. Somente no passado os negócios abertos por elas cresceram 40%, em comparação a 2019, segundo dados da Rede Mulheres Empreendedoras. Fico feliz com isso porque prova que lugar de mulher é onde ela quiser estar, principalmente no mundo empresarial.
O talento para os negócios independe do gênero. E sei disso! Mas não podemos fechar os olhos e ignorar que para as mulheres as coisas sempre foram mais difíceis ao longo da história. Isso passa desde a aceitação social de que elas não são as únicas responsáveis por cuidar da casa e dos filhos, até a capacidade técnica de ocupar altos cargos de comando. Foi necessária uma transformação, que ainda não acabou.
Ah, a resiliência!
Os últimos meses estão nos ensinando o verdadeiro significado da tão falada resiliência, que é desenvolver a nossa capacidade de se reinventar. Sentimento que a natureza feminina já faz das mulheres especialistas nisso ao longo da vida, muitas vezes sem se dar conta.
Trazendo isso para o mundo dos negócios, posso afirmar com segurança que a resiliência feminina é um diferencial. A inteligência emocional mais desenvolvida e a capacidade de se adaptar às mudanças são características fundamentais para esse novo momento. Sem contar na habilidade de desenvolver multitarefas e na paciência, que deixa de lado a prejudicial impulsividade.
A pandemia nos mostrou o quanto é triste ver vidas se indo, pessoas perdendo o emprego e empresas se desfazendo. Mas também mostrou o quanto é gratificante enxergar a capacidade do ser humano de se reinventar. E por que não dizer, se redescobrir?
Nunca é tarde para começar
Fico feliz quando vejo pessoas que transformaram um talento em empreendedorismo. Amigas que se uniram e juntas transformaram um hobby em negócio. Como diz o provérbio chinês: “até as torres mais altas começaram do chão”.
O que vale é sonhar, acreditar e agir. Não importa qual é o tamanho do negócio, todos começamos com o primeiro passo. O importante é sempre continuar andando e buscando cada vez mais ampliar esse espaço. A persistência e a força das mulheres para protagonizar as próprias vidas nos ensinam a escrever os capítulos mais nobres da sua existência, nos momentos mais dramáticos de suas vidas.
Vilton Santos é empresário, presidente da CDL BC, colunista da Revista Perfil e poeta.