Os prejuízos causados pelo furto de energia elétrica no Brasil atingem valores astronômicos e são pagos por todos os consumidores.
Existem dois tipos de ação para furtar energia elétrica, conhecida popularmente como “gato”. O “gato na rede” acontece quando o agente faz ligação clandestina direta da rede elétrica até seu negócio ou sua residência, de modo a evitar que a energia consumida passe pelo relógio medidor. Assim, o relógio não medirá toda a energia consumida e o agente pagará menor valor.
O outro tipo de gato, “gato no medidor”, acontece quando o agente rompe os lacres do medidor relógio e manipula o equipamento de maneira a reduzir a medida real do consumo de energia e assim pagar menor valor.
Ambos os tipos de gato são ligações clandestinas que desviam energia elétrica para que o autor pague menor valor da conta de energia.
O “gato na rede” é considerado furto; o “gato no medidor” é considerado estelionato. Ambos são crimes, e a diferença reside no enquadramento do Código penal e no valor da pena de cada tipo de crime. Ambos causam prejuízos a terceiros, à concessionária e aos demais consumidores.
Malandramente, o ladrão de energia pensa que apenas está se beneficiando e não está fazendo mal a ninguém. No Brasil, há o péssimo hábito de considerar que o público não é de ninguém e se esquece de que o público é de todos. Esse raciocínio é semelhante ao do corrupto, que pensa que está somente se beneficiando e esquece que o dinheiro público é empregado em hospitais, estradas e escolas que beneficiam a todos.
O furto de energia elétrica atinge valores exorbitantes no Brasil, impulsionado pela impunidade, pela complacência de autoridades e pela letargia e indiferença da Justiça.
Em 2021, as perdas decorrentes de furto de energia elétrica atingiram 34 milhões de megawatt/hora, correspondentes a 16% do total da energia de baixa tensão gerada no país.
Uma conta de multiplicar simples calcula o valor do prejuízo. A tarifa média de mega-watt/hora em 2021 ficou em torno de R$818,00. Multiplicando o valor do mega-watt/hora (R$818,00) pelo total de energia furtada ou desviada (34 milhões de mega-watt/hora), teremos o resultado peto de R$28 bilhões.
Este o prejuízo causado em 2021 pelo furto de energia elétrica e de fraudes na eletricidade: 28 bilhões de reais.
Quem paga a conta? Todos nós; todos os consumidores pagam a conta dos furtos. Quanto maior o número de gatos, mais cara a conta fica para quem paga corretamente, pois o valor é repassado para os demais consumidores.
Não existe a figura do “ladrão bonzinho”, que rouba apenas para levar vantagem, para beneficiar-se ou para comprar uma roupa de marca ou uma cerveja. Ou o ladrão prejudica a pessoa roubada – roubando seu tempo, seu trabalho e seu esforço – ou prejudica toda a sociedade.
O desenvolvimento do país e as pessoas de bem serão prejudicados enquanto houver complacência e tolerância com ladrões.
1 comentário
Fala para os políticos ladrões também que além de tirar a dignidade tiram até a comida da nossa boca , cobram tantos impostos que não temos mais condições de sustentar esses Canalhas, daqui pouco vão cobrar até o ar que Respiramos