Esta coluna tem insistido na necessidade de planejamento antes da execução de qualquer atividade.
Qualquer atividade deve ser analisada antes de ser posta em execução. Hoje, trazemos mais um exemplo de como a falta de planejamentos e de planos adequados pode conduzir a catástrofes com prejuízos e danos.
O Brasil enfrenta queimadas em grande parte do território nacional, principalmente as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, onde a seca prolongada e a baixa umidade do ar, que ressecam a vegetação, propiciam o alastramento do fogo.
É a pior estiagem em 75 nos, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, que reuniu cópias de documentos, notas técnicas e atas de reuniões, desde o início do ano o governo recebeu alertas sobre os riscos de queimadas e de seca. E nada fez.
O governo não planejou. Não se organizou. Não preveniu. Não tomou nenhuma medida. Não se antecipou aos eventos adversos. Resultado. O fogo avançou sobre o Pantanal, o Cerrado e sobre as lavouras paulistas, e a fumaça espalhou-se por 60% do território nacional.
No dia 10 de setembro, o presidente da República viajou para Manaus, acompanhado de ministros, e lá anunciou a criação da “Autoridade Climática” e de um “Comitê Técnico-Científico” para apoiar e articular as ações do governo federal de combate à mudança do clima.
Ou seja, o país pegando fogo literalmente e a providência adotada foi a criação de um órgão governamental burocrático (mais um), que ainda dependerá de legislação do Congresso. Isso equivale ao comandante pretender formular planos de defesa depois de o inimigo atacar suas instalações.
Planejar implica ter equipes bem treinadas, dotadas de recursos adequados para enfrentar eventos climáticos extremos. Implica ter planos de ação permanentes, atualizados constantemente, com as ações devidamente treinadas e prontas para serem postas em execução.
A alta incidência de eventos climáticos extremos e de intensidade cada vez maior demonstra que passou da hora de o país contar com planos adequados e pessoal habilitado para enfrentar catástrofes.
Infelizmente, as catástrofes se repetem, mortes e prejuízos acontecem e nada se faz. Rio Grande do Sul foi exemplo. Agora, A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal e plantações paulistas.
A população se acostumou e aceita os males com conformismo. As autoridades se acomodaram e normalmente colocam a culpa na Natureza ou, quando não, em bodes expiatórios.
Em janeiro deste ano, após forte tempestade que caiu no Rio e deixou 12 mortos, o prefeito do Rio de Janeiro teve a desfaçatez de dizer que as chuvas no Rio não são surpresa para ninguém. Disse mais que “Não tem surpresa nisso, acho que todos nós sabemos que tradicionalmente no verão do Rio de Janeiro chove”. Ou seja, além de reconhecer a incompetência e o despreparo de seu governo, ainda negligenciou as mudanças climáticas que ameaçam o planeta.
Atribui-se culpa à Natureza, ao clima ao fenômeno climático El Niño ou ao argumento de que as coisas são assim mesmo. Mortes, danos e prejuízos se sucedem.
Falta de planejamento e de planos de ação causam danos. Assim como causam a falta de organização e de preparo de equipes de trabalho e de equipamentos adequados para enfrentar as situações.
O exemplo citado em âmbito do país ou de cidade deve servir de exemplo para empresas e empreendimentos, que necessitam de planejamentos e estudos para lograrem êxito.