O implante do silicone no corpo surgiu em 1961 nos Estados Unidos e a moda prosperou. A cirurgia para o aumento dos seios tornou-se a segunda mais popular, depois da lipoaspiração. Em muitos países, como a Grã-Bretanha, chega a ser a primeira.
O Brasil, junto com os Estados Unidos e o México, está entre os 3 países com o maior número de cirurgias plásticas.
NOVA TENDÊNCIA
Porém, está surgindo a tendência inversa ao implante de silicone: o “explante” (prefixo “ex”, que significa movimento para fora, separação), que é a retirada dos implantes mamários sem a colocação de nova prótese.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2021 houve aumento de aproximadamente 20% das cirurgias para a retirada das próteses de silicone em relação a 2020. Nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética registrou mais de 20 mil explantes em 2020, aumento de 34% em relação a 2019. Nos últimos 4 anos, a cirurgia para remover implantes aumentou 22,6% nos Estados Unidos.
O número de consultas para tratar do explante tem aumentado nos consultórios médicos e a previsão é de que continue crescendo.
MOTIVOS PARA O EXPLANTE DE SILICONE
Diversos motivos têm levado mulheres a fazer o explante da prótese de silicone.
Existe a tendência de aceitação do corpo como ele é; há certo cansaço de adaptar o corpo aos conceitos de beleza e a padrões estéticos dominantes. Esse cansaço reflete o empoderamento da mulher, que deseja o corpo para si e a serviço de seu bem estar e não para agradar olhares e padrões de terceiros. Mais que isso, reflete a consciência do valor pessoal independentemente de julgamentos de terceiros ou de estereótipos.
Outro motivo do explante é a busca pela estética natural, sem artificialismos e sem exageros.
A prótese de silicone não é eterna. Depois de alguns anos, a recomendação é que elas sejam substituídas. Embora não tenham “data de validade”, as próteses precisarão ser substituídas depois de algum tempo. Há, pois necessidade de atenção e acompanhamento médico.
Há a questão mais séria da saúde da mulher.
A prótese pode evoluir de maneira desfavorável; pode endurecer-se, deformar a mama e causar dor. Pode romper-se. Pode acumular líquido inflamatório ao redor dos implantes.
Contudo, há a possibilidade de a mulher contrair a “doença do silicone”, termo genérico e amplo que pode envolver complicações relacionadas ao implante de silicone ou estar relacionado ao contato do organismo com o silicone.
A doença manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas, como dor articular, dor no corpo, cansaço, distúrbios no sono, perda de cabelo, dentre outros, e desenvolve-se em razão do contato do organismo com material diferente. Em contato com corpo estranho, o organismo cria reação imunológica que passa a atacar as células saudáveis e geram reações indesejadas. Os sintomas são bastante diversificados, o que dificulta cravar o diagnóstico. Haverá, pois, necessidade de acompanhamento médico.
A retirada do implante, o explante, geralmente é associado à reconstrução local, com reposicionamento de tecidos, para não deixar a musculatura flácida. O procedimento cirúrgico poderá utilizar a mesma incisão feita para a colocação do implante e dura até 30 minutos. A paciente precisará receber anestesia geral.
DECIDIR O IMPLANTE OU EXPLANTE
A decisão para implante ou explante de prótese deve ser bem avaliada, analisando-se benefícios, possíveis males, riscos para a saúde e principalmente o bem estar pessoal.
O explante modificará o formato e o volume do corpo da mulher e poderá causar remorsos e até aqueda da autoestima.
Decisões que mexam com o corpo, principalmente aquelas que alteram seu formato, precisam ser bem pensadas.
1 comentário
Meus parabéns a quem tem coragem. Principalmente se o obetivo é apenas estético. Acho prótese muito complicado. Mas respeito a decisão de quem coloca. E é fantástico quem resolve explantar. A mulher fica mais leve e jovem com seios menores. Vão por mim.