Entre os povos dos países civilizados, talvez o brasileiro seja o povo que menos cultua os Símbolos Nacionais e o devotamento à Pátria.
A única explicação para essa posição é a ingratidão por parte de quem recebeu da Natureza solo rico e fértil; o céu onde paira a figura da cruz; território livre de cataclismos mas repleto de rios e florestas, o qual foi ocupado por povo bom, dócil, ordeiro e pacífico.
O povo, em sua maioria, não sabe retribuir tamanhas dádivas com patriotismo exacerbado e acendrado amor à Pátria. Considera tudo natural como o país “abençoado por Deus”, como diz a música.
Há quem pergunte como celebrar condignamente o Dia da Pátria. Surgem duas posições contrastantes.
Uma corrente convida a não celebrar o Dia da Pátria por não ver o quê e nem por que celebrar. Esse grupo prefere destacar problemas e carências do país ou mantém posição critiqueira com vistas à projeção política ou à conquista de seguidores. Essa corrente se fundamenta em caráter depressivo, em que se constata carência de autoestima, ou em caráter populista e demagógico, que busca a manipulação das massas para angariar simpatias.
Outra corrente, ufanista, comemora o Dia da Pátria vendo-a apenas em seus aspectos geográficos.
Entre essas duas posições, deve estar a noção mais equilibrada, quiçá a verdadeira.
Pátria não é somente a concepção puramente geográfica do território.
Tampouco se pode confundir Pátria com Estado ou governo. O Estado constitui uma das estruturas do país, de forma a permitir ao povo dirigir o seu destino e orientar os seus esforços.
Pátria designa algo vivo, atuante, forte.
Pátria se encontra na música, na dança, no folclore, nas crenças, na religiosidade e na cultura do povo que habita o país.
Pátria se encontra na história desse povo: nas suas lutas, suas conquistas, seus revezes.
Pátria está viva na consciência, na liberdade e nas aspirações do povo; na comunhão de interesses, de ideais e de esforços na luta pelo bem comum.
Pátria reside nas convicções e na determinação do povo de lutar por sua sobrevivência e sua projeção.
Pátria está na gente e na sociedade do país.
Comemorar o Dia da Pátria é comemorar o que dela recebemos: educação, liberdade, paz, alimento, segurança, formação.
Pátria é comemorar também o que temos o dever de oferecer-lhe: respeito, trabalho, reverência para com seus símbolos, colaboração com os programas em prol do bem comum, obediências às leis, entrega desinteressada de nossa capacidade.
O valor da Pátria se mede pelo valor das pessoas que a compõem.
Assim, comemorar o Dia da Pátria é comemorar o que temos e o que somos.
É comemorar nosso território e nossa História.
É comemorar nossos ideais e nossas convicções.
É comemorar nossa tradição e nossa cultura.
É comemorar nossa gente e nossa sociedade.
É comemorar nossa família e cada um de nós.