Comemoramos neste 14 de julho o dia mundial da liberdade de pensamento, direito basilar e absoluto consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e garantido pela Constituição Federal do Brasil de 1988.
A dica cultural de hoje sugere a leitura de cinco obras que nos convidam a refletir, questionar e buscar uma compreensão mais aprofundada do mundo ao nosso redor. Seja você leitor um amante de ficção, filosofia ou política, esses livros servem como verdadeiras celebrações da capacidade humana de pensar livremente e uma boa oportunidade para expandir nossos horizontes.
Contra toda Censura: Pequeno tratado sobre a liberdade de expressão
Por Gustavo Maultasch
SINOPSE: De onde vem essa nova onda de censura? E como nós podemos combatê-la? Para articular a defesa contra a censura, os defensores da liberdade de expressão precisam voltar aos fundamentos: afinal, por que a liberdade de expressão é tão importante? Por que não se deve confiar ao Estado a função de definir o que pode ou não pode ser dito? Quais os limites da liberdade de expressão? E por que é bom, para as próprias minorias e para a própria democracia, que se reconheça a liberdade de expressão inclusive para o discurso de ódio e de ataque às instituições democráticas? Com clareza, precisão e diversos exemplos históricos, Gustavo Maultasch explora esses temas e explica por que precisamos, agora mais do que nunca, realizar um debate amplo e corajoso sobre o tema da liberdade de expressão.
Por John Mill Stuart
SINOPSE: Sobre a liberdade apresenta a defesa clássica do princípio da liberdade de pensamento e de discussão, da posição de que o Estado deve evitar ao máximo interferir na vida das pessoas, e foi muito influente tanto na filosofia política do século XX, como na própria política. É leitura fundamental para estudantes de filosofia, direito, sociologia, ciência política e para todos os que queiram pensar seriamente a relação entre governo e sociedade.
Por Amós Oz
SINOPSE: O romancista Amós Oz cresceu na Jerusalém dividida pela guerra, testemunhando em primeira mão as consequências perniciosas do fanatismo. Em dois ensaios concisos e poderosos, o autor oferece uma visão única sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e ponderada para solucionar o conflito entre Israel e Palestina. Ao final do livro há ainda uma contextualização ampla envolvendo a retirada de Israel da Faixa de Gaza, a morte de Yasser Arafat e a Guerra do Iraque. A brilhante clareza desses ensaios, ao lado do senso de humor único do autor para iluminar questões graves, confere novo fôlego a esse antigo debate. Oz argumenta que o conflito entre Israel e Palestina não é uma guerra entre religiões, culturas ou mesmo tradições, mas, acima de tudo, uma disputa por território – e ela não será resolvida com maior compreensão, apenas com um doloroso compromisso. Não se trata, argumenta Oz, de uma luta maniqueísta entre certo e errado, mas de uma tragédia no sentido mais antigo e preciso do termo: uma batalha entre o certo e o certo. Sem temer a polêmica, o livro apresenta argumentos precisos favoráveis a uma solução que acomoda dois estados nacionais diferentes e também realiza um diagnóstico sutil sobre a natureza do fanatismo, calcada na predominância dos sentimentos sobre a reflexão. Esclarecedor e inspirado, Como curar um fanático é uma voz de sanidade em meio à cacofonia das relações entre Israel e Palestina – voz que ninguém pode se dar ao luxo de ignorar.
Por Philip Roth
SINOPSE: Em 1998, uma histeria puritana se apodera dos Estados Unidos, na esteira do escândalo sexual que envolveu o presidente da República e uma estagiária na Casa Branca. No mesmo ano o professor universitário Coleman Silk vê sua vida destruída por acusações de racismo e abuso sexual. Coleman Silk, professor de Letras clássicas numa universidade da Nova Inglaterra, aos setenta anos se vê obrigado a pedir exoneração e a se afastar do meio acadêmico.
O motivo é uma acusação de racismo. Coleman empregou uma palavra de duplo sentido ao se referir a alunos que não compareciam às aulas. Ignorava serem negros, pois nunca os tinha visto, e, portanto, não atinou que suas palavras poderiam ser tomadas como ofensa. Virá em seguida uma acusação de abuso sexual contra uma faxineira que trabalha no campus. A ideologia do politicamente correto tomou o poder na universidade e disparou sua artilharia contra o velho professor judeu, que se recusa a sujeitar-se aos padrões dominantes. Execrado publicamente, Coleman trava contra a faculdade uma batalha humilhante. O ambiente carregado de ódio recrudesce quando o ex-marido da faxineira, um veterano da Guerra do Vietnã mentalmente perturbado, cruza seu caminho. O ciúme se mistura ao rancor, por ser Coleman intelectual, velho e judeu. Perdido na névoa de um delírio homicida, o veterano encarna os piores pesadelos americanos, com os quais Coleman terá de ajustar contas. Mas o mesmo professor que antes revolucionara a faculdade e se fizera admirar pela audácia guardou um segredo por cinco décadas. Nem a esposa nem os filhos conheceram sua verdadeira origem racial, pois aos vinte anos, ao entrar na marinha, Coleman Silk descobriu que ela não era evidente e que podia manobrá-la. A marca humana, entretanto, não se apaga. Não há destino, individual ou coletivo, capaz de pôr-se a salvo dos seus vestígios.
Ao lado de Pastoral americana e Casei com um comunista, este romance compõe a grande trilogia de Philip Roth sobre a vida na América do pós-guerra – um painel impressionante em que indivíduos de grande vigor moral e intelectual são assolados por forças históricas fora de controle.
Por Hans Fallada
SINOPSE: Alemanha, 1940. Quando seu único filho morre na guerra lutando pelo Führer, Otto e Anna Quangel decidem que não podem mais viver como se nada estivesse acontecendo. Se eles já não simpatizavam com os rumos do país, os privilégios dos membros do partido, o constante medo da vigilância de cidadão por cidadão, os abusos de autoridade e os boatos de horrores inimagináveis, eles agora decidem agir. A partir da história real de um casal de operários e sua inabalável coragem e resistência, Hans Fallada compõe, em forma de thriller, um retrato objetivo e cru dos horrores da vida sob a ditadura nazista. Entre trabalhadores, marginais, pequenos tiranos, acusados e acusadores, o autor apresenta os tipos de uma Berlim sitiada, sufocada pelo vício e pelo medo, mas também marcada pela esperança. Um fenômeno de vendas após sua primeira tradução para o inglês em 2009, Morrer sozinho em Berlim, publicado originalmente em 1947, é um clássico da literatura alemã, escrito por um dos mais populares autores do país no século XX.
Fonte: Amazon