Como andam as escolas brasileiras

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) estabeleceu o dia 8 de setembro como o Dia Internacional da Alfabetização, que é celebrado desde 1967.

O Portalimulher apresenta o resumo do resultado da pesquisa realizada pela ONG Nova Escola, em parceria com o instituto Ame Sua Mente, sobre o ambiente atual nas escolas brasileiras, depois de ouvir 2.752 professores e profissionais de instituições de ensino públicas e privadas de todas as séries das regiões do Brasil. O levantamento, publicado pelo jornal Valor Econômico, não mostra as escolas como ambiente adequado para promover educação de qualidade.

O ambiente nas escolas teve aumento da violência depois da pandemia e do período de “fique em casa”, em que os alunos tiveram de estudar em casa, deixaram de frequentar escolas e deixaram de conviver socialmente.

A palavra “violência”, no caso, envolve agressões físicas, psicológicas, verbal e bullying entre estudantes, entre estudantes e funcionários e até entre estudantes e professores das escolas.

Os estudantes desacostumaram-se das obrigações de ir para a escola, de assistir a aulas e até de fazer provas. Segundo Rodrigo Bressan, psicólogo do Instituto Ame Sua Mente, “assistir a aulas não é um fato natural” e a volta do hábito de frequentar a escola, de assistir a aulas disciplinadamente e de outras obrigações escolares criou desajustes e ansiedades que se refletem no comportamento dos jovens. Não sendo hábito natural, deve ser exercitado regularmente, ainda mais que por ser comportamento que exige atenção, concentração e disciplina.

Os atentados recentes a escolas contribuem para aumentar a percepção de insegurança por parte de professores e funcionários.

O falta de segurança e a indisciplina dos alunos têm gerado dificuldades para professores exercerem a função. Há professores que temem repreender os alunos.

Casos de agressão contra os professores são frequentes. 76,1% dos professores entrevistados disseram ter sofrido agressão verbal de alunos; 41,5% deles alegaram ter sofrido agressão psicológica e moral; e 9% disseram que sofreram agressão física pelo menos uma vez.

QUE FAZER

O restabelecimento da disciplina é fundamental para que haja ordem em sala de aula.

A participação da família no processo educacional e o acompanhamento escolar do aluno são essenciais para a melhora do processo educativo. A responsabilidade pela educação não pode ser terceirizada pelos pais e entregue completamente para a escola.

A família tem que entender as regras e a dinâmica da escola e reforçar esses conceitos em casa com os filhos. O aluno, que considera que o professor é seu funcionário porque seus pais pagam a escola e o salário dele, tende a ter menos respeito e consideração pelo professor e passa a vê-lo como subordinado e não como educador.

Por parte dos pais há que haver compreensão dos efeitos nocivos da pandemia e do “fique em casa” em todas as pessoas, particularmente nos jovens, e apoiar os filhos para superar as dificuldades decorrentes da pandemia, ensinando a eles e exigindo deles respeito ao próximo, atenção nas aulas e dedicação aos estudos.