Nem sempre a Amazônia foi brasileira. A história da região, a par do sacrifício feito pelos antepassados para incorporar a região ao Brasil, faz com que devamos valorizar sua conquista.
O desinteresse de muitos brasileiros pela Amazônia contrasta com o esforço que os portugueses e nossos antepassados fizeram para torná-la parte do Brasil. O desinteresse pode ser por conta da distância da Amazônia, do desconhecimento da região ou até por falta de patriotismo e valorização do território nacional. Pode-se achar erroneamente que a região amazônica sempre fez parte do Brasil e que não houve necessidade de lutas para incorporá-la ao território nacional.
Pelo Tratado de Tordesilhas, firmado entre Portugal e Espanha em 1494, a Amazônia pertencia à Espanha. A porção portuguesa chegaria até as proximidades de Belém, capital do Pará.

A primeira grande expedição na Amazônia foi organizada pelos espanhóis em 1542, comandada por Gonzalo Pizarro, e envolveu 220 espanhóis. O trajeto até o Oceano Atlântico foi completado por Orellana, o segundo em comando da expedição, que terminou descobrindo e explorando o rio Amazonas em toda a sua extensão.
No início do século XVII, a partir do Atlântico o Amazonas começou a ser ocupado por holandeses, ingleses e franceses, que, começaram a explorar o delta do rio. Desde aquela época, a Amazônia tem sido objeto de cobiça de outros países.
Os portugueses organizaram a primeira expedição para a explorar a região somente em 1636, quando o português Francisco Fernandes percorreu o rio Amazonas.
Em 1637, o capitão Pedro Teixeira partiu de Belém com expedição formada por 47 canoas, 70 soldados e 1.100 índios. A expedição partiu de Cametá (município do Estado do Pará fundado em 1613) e conseguiu chegar a Quito.
A expedição fez belo levantamento da região amazônica. Os expedicionários anotaram as particularidades, os usos e costumes das tribos que encontraram pelo caminho. Bento da Costa fez o primeiro mapa do rio Amazonas.
A subida pelo rio era vagarosa e os portugueses enfrentavam a falta de conhecimento da região. Muitos adoeceram. A expedição conseguiu chegar a Quito e retornou a Belém em 1639.
De 1580 a 1640, houve a união da coroa portuguesa e da espanhola. Em 1640, livres da Espanha, os portugueses foram ocupando a região amazônica, tendo como objetivo primeiro alargar suas posses no Brasil.
O domínio português sobre a Amazônia se consolidou em 1750, por meio do Tratado de Madri, que substituiu o Tratado de Tordesilhas e estabeleceu novos limites entre as possessões portuguesa e espanhola na América do Sul.

Muita luta para a conquista da Amazônia e torná-la integrante do território brasileiro. Muitas mortes. Muito sacrifício. Principalmente, muitas riquezas envolvidas.
O interesse dos europeus na região amazônica está maior ultimamente, sob a alegação de que a floresta é o pulmão do mundo e a Amazônia é patrimônio internacional.
No dia 24 de agosto deste ano, durante pronunciamento para lançar o início da cúpula do G7 o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que uma das suas prioridades no evento será mobilizar “todas as potências, em parceria com os países da Amazônia, para combater o desmatamento e investir no reflorestamento da Amazônia”.
Em cadeia nacional, Macron disse ainda que “a Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa [do G7], porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia”.
É a França pretendendo dar início a novo processo de colonização em pleno Século XXI.
Os amazonenses dizem que é árduo e difícil o trabalho de ocupação e preservação da Amazônia como território nacional. Porém muito mais árduo e muito mais difícil foi o trabalho de desbravar e conquistar a região.
3 Comentários
Parabéns pelo artigo. Estou me lembrando que essa História nos era ensinada na quarta série do ensino Fundamental. Estou lendo e relembrando os nomes dos desbravadores e os dois Tratados que resultou na abrangência da Amazônia Brasileira. O pior de tudo é que ninguém enxerga que estão querendo há muito tempo explorar as riquezas da Amazônia e querem nos impedir de fazer o mesmo sob o pretexto de reflorestamento e defesa da mesma. E quem ganha com isso é exatamente quem distribui essas ‘licenças’ para explorações, menos os chamados Povos Originários. Ou seja, quem está no poder.
E’ evidente a cobiça dos europeus pela Amazônia e suas riquezas!. Temos que permanecer muito atentos e vigilantes!!! Se dermos um cochilo…adeus Amazônia!!!
Excelente a publicação. Moro na Selva (Manaus) e tenho ouvido muita coisa por aqui que não se vê na imprensa tradicional, o que é uma pena.