A história das baterias Moura é belo case de sucesso, que contém bons ensinamentos.
O casal Edson e Conceição Moura, ambos químicos, aventurou-se no projeto de construir uma fábrica de baterias no interior de Pernambuco, em Belo Jardim, a 180 quilômetros de Recife. Tudo começou com Agripino, chefe de manutenção da fábrica de doces do pai de Edson, cujos negócios não iam bem. Agripino disse a Edson: “Você é químico. Por que não produz baterias?”.
A partir da sugestão, Edson encarou a ideia. Empreendedor, ele apreciava desafios e gostava de estudar e pesquisar sobre aquilo que pretendia fazer. Assim, Edson montou uma empresa de fundo de quintal, no pátio da casa de seus pais, e começou a desenvolver baterias.
Distante dos grandes centros produtores de veículos, não havia como equipar veículos novos. A Moura passou a produzir baterias para o mercado de reposição. Mesmo assim, a empresa cresceu.
Vinte anos depois, a empresa recebeu sangue novo, com novas ideias e espírito de inovação. Os filhos do casal Edson e Conceição concluíram a universidade em Recife e foram trabalhar com os pais em Belo jardim.
Buscaram inicialmente dar maior eficiência à distribuição de baterias, necessária para a empresa que estava distante dos grandes centros de consumo do país com dimensões continentais.
Os rapazes tiveram uma boa ideia: ofereceram sociedade aos distribuidores, de modo a garantir-lhes comprometimento e despertar-lhes motivação. A Moura conta com 87 distribuidores – 80 no Brasil e os 7 restantes na Argentina e no Uruguai – e com 55 mil pontos de venda. Inicialmente, a Moura entrava com 70% do capital. Hoje, entra com 75% do capital e continua sócia dos distribuidores.
A pouco e pouco, a marca despertou a atenção das montadoras. A cada dez carros produzidos no Brasil, cinco já saem de fábrica com a bateria Moura embutida. E como se não bastassem os 50% do mercado brasileiro, a empresa continua em constante expansão.
A Moura produz anualmente 10 milhões de baterias, sendo 15% destinados às montadoras, 70% destinados ao mercado de reposição e 15% incluem exportação para outros países. Além de baterias de carros, a fábrica produz baterias industriais e baterias especiais para telecomunicações.
Além disso, a Moura conquistou 40% do mercado automobilístico de baterias da Argentina, tornando-se a maior empresa de baterias da América do Sul.
A empresa tem a inovação como premissa. O processo de inovação é “abastecido” por meio de diálogos com clientes para identificar suas necessidades e entregar produtos e serviços que atendam as demandas de seus negócios.
A poucos metros da casa onde começou, a empresa construiu sua primeira fábrica. Conta, atualmente, com mais duas fábricas: uma em Itapetininga, interior de São Paulo, e outra em Córdoba, Argentina. Tem 6 mil empregados, contando-se os da rede de distribuição.
Belo exemplo de empreendimento que começou no fundo de quintal e cresceu.