Visier, empresa norte-americana especializada em soluções tecnológicas para recursos humanos, fez uma pesquisa com funcionários de diferentes empresas dos Estados Unidos a fim de verificar sua produtividade.
A empresa entrevistou 1 mil trabalhadores em fevereiro de 2023. 83% deles admitiram realizar tarefas pouco úteis apenas para dar a impressão de que trabalhavam muito e que eram importantes para a empresa.
A surpresa ficou por conta do número elevado de funcionários que fingem trabalhar a fim de parecerem úteis, competentes e ocupados. Eles pensavam que diminuiriam a possibilidade de serem despedidos e ainda evitavam que o gerente lhes desse novas atribuições.
Alguns funcionários confessaram que evitavam cumprir tarefas rapidamente, para que não recebessem tarefas que seriam dadas a colegas. Alguns gestores têm a tendência de atribuir tarefas para aqueles que trabalham bem e rapidamente.
Outros disseram que, para mostrar serviço, citavam dificuldades inexistentes no cumprimento de tarefas ou até mesmo criavam ações desnecessárias.
22% dos entrevistados disseram gastar quase metade de seu tempo em atividades que não contribuíam para a empresa. Na semana de 40 horas, 22% significam quase 8 horas não trabalhadas.
Outro fator que leva ao trabalho improdutivo é a competição nociva, é querer aparecer para o gestor a fim de alcançar sucesso profissional a qualquer custo.
Certa vez, flagrei um trabalhador de fachada no quartel. Ele carregava um envelope. Se questionado por um sargento sobre o que estava fazendo, respondia que ia levar o documento para o tenente. Se questionado por um tenente, dizia que estava cumprindo missão para o capitão. Sempre alegava que estava cumprindo tarefa para o superior de quem lhe perguntava. Descoberto, cumpriu missão no xadrez por simular, mentir e trabalhar mal intencionalmente. Mas, empresas não têm xadrez.
Aí destaca-se a função do gestor.
O papel do gestor se faz necessário para acompanhar o trabalho de sua equipe. O gestor deve saber o que deve ser feito, como deve ser feito e quanto tempo demanda a tarefa. Assim ele terá noção do andamento da tarefa para bem acompanhar sua execução.
O gestor que exerce demasiada vigilância sobre sua equipe faz os colaboradores se sentirem vigiados e controlados rigorosamente, quase que expostos às câmeras de BBB. Essa atitude evidencia falta de confiança na equipe, que poderá sentir-se desmotivada.
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O gestor também não pode deixar o trabalho correr solto, sem controle e sem exigências; essa ação leva ao relaxamento.
O desafio do gestor é aperfeiçoar o monitoramento e encontrar o meio termo. Fazer-se presente sem que a equipe se sinta vigiada e controlada. Nem supervisão excessiva e nem falta de supervisão. Ambas as atitudes extremas incomodam mais que apresentam bons resultados.
O gestor encontrará a posição equilibrada à medida que conhecer sua equipe, conhecer o trabalho a ser desenvolvido e como ele deverá ser realizado.
Cai-se no velho conceito da necessidade de conhecer a si próprio, a sua empresa e sua equipe.