“O guerreiro vence o combate não cometendo erros. Não cometer erros é o que dá a certeza da vitória, pois significa conquistar um inimigo já derrotado.” Sun Tzu, em “A arte da guerra”
O texto acima, de Sun Tzu, pode parecer simplório e pode até ter provocado sorrisos irônicos ou comentários do tipo “todos erram” ou “só Deus não erra”. Vejamos sua explicação.
Quando diz que “vence o combate quem não erra”, Sun Tzu quis dizer que o guerreiro deve ter seguido todos os passos por ele preconizados e que ele, guerreiro, deve ter pleno conhecimento e domínio da situação. Quis dizer que o guerreiro cuidou de:
- Planejar a batalha, de acordo com os cinco fatores constantes que devem ser analisados e estudados: a Lei Moral; o Céu, a Terra, o Chefe; e o Método e a Disciplina;
- Manter a unidade de sua equipe;
- Ter em mente, de maneira bem clara, o objetivo que pretende alcançar;
- Saber que a glória suprema consiste em vencer sem perdas, com a espada embainhada;
- Conhecer as regras do jogo;
- Saber quando lutar e quando não lutar;
- Saber manobrar suas forças, tanto as grandes como as pequenas unidades;
- Conhecer-se a si mesmo e ao inimigo.
Esse guerreiro, autopreparado, que tem pleno domínio da situação e do inimigo, não cometerá erros. O não cometer erros implica seguir meticulosamente os passos citados.
Seguindo o planejamento e conhecendo a situação e o inimigo,
“O general hábil coloca-se numa posição que torna a derrota impossível e não perde a ocasião de aniquilar o inimigo.”
Em termos empresariais e de mercado, tornar a própria derrota impossível significa consolidar a organização e fazer com que ela tenha bases sólidas.
Significa que ela tem clientela cativa.
Significa não fazer gastos supérfluos e desnecessários que nada contribuem para o atingimento do objetivo. Significa manter o foco.
Significa ter o controle dos gastos da organização.
Significa executar bem as ações.
Significa ter assegurado clientes e mercado para sua organização.
O grande administrador prevê todas as possibilidades e, assim, sabe perfeitamente aquilo que é capaz de fazer e até onde poderá ir. A vitória decorre deste conhecimento: saber o que pode fazer e até onde pode ir. O homem comum não compreende como a vitória pode ser obtida antes que a situação se concretize, mas o gestor zeloso o sabe, porque tem conhecimento da situação.
“O comandante hábil assume uma posição tal que não pode sofrer nenhuma derrota e não negligencia nenhuma circunstância que lhe garanta o controle total do inimigo.”
O gestor deve ainda aprender com as organizações bem sucedidas; estude-as para imitar seus melhores processos. Estude também os processos mal sucedidos e veja onde e em que erraram, a fim de não repetir os erros. O chanceler alemão Otto Von Bismarck, o chanceler de ferro que unificou a Alemanha, disse que os tolos aprendem com os próprios erros, mas que ele preferia aprender com os erros dos outros.
O gestor fará sua organização chegar ao sucesso se evitar o próprio fracasso. Para isto, previna-se, organize-se, planeje e fortaleça-se primeiro.
Porém, não basta observar como vencer: observar como vencer e não saber manobrar para posicionar as forças para vencer demonstra habilidade limitada. Há que saber observar, saber como agir e saber agir. Terá habilidade limitada o gestor que tem ideias inovadoras, mas não sabe como nem quando implementá-las.
Você, prezado gestor, sabe observar? Sabe aprender com os erros próprios e os alheios? Estuda organizações vitoriosas? Tem sua organização consolidada? Tem domínio da organização e da situação? Implementa inovações? Busca a eficiência? Busca maior produtividade com menor esforço?