Junho inexoravelmente é o mês mais apaixonado do ano. Junho mal começa e os enamorados já começam a pensar em como vão agradar o ser amado. O dia 12 é o mais temido para boa parte de quem está sozinho. Cada entregador de flores que passa é um atestado de incompetência, para alguns, por não ter um par para chamar de “mozão”, no Dia dos Namorados. Não é o meu caso porque não me prendo a datas. Acredito piamente que todos os dias são excelentes para se declarar o amor em prosa e verso.
Talvez eu esteja entre os últimos românticos, como canta Lulu Santos, que ainda acredita que fazer amor é muito melhor do que fazer sexo. Lembrei da letra dessa música porque tem muita gente fazendo sexo, achando que é amor. E não é! Amor vai além do gozo, envolve um emaranhado de sensações que não se limitam apenas a atração física por outra pessoa. Em minha opinião, o amor vem depois da paixão e vai sendo construído aos poucos. Quando mais consolidado, maior é o gozo, porque ele vem da alma, e não apenas do toque físico.
Tem pessoas que defendem o “amor livre”, sem amarras. Eu não defendo. Para mim, amor é compromisso. Mas não aquela coisa chata de datas e controle. É um compromisso com a sua e com a felicidade do outro. Amor é quando dentro do abraço do outro você sente paz. É quando sua vida está muito boa, mas a permanência do outro torna tudo mais feliz. Por isso, não, obrigada! Mas não vejo graça no sexo casual.
E daí vem o questionamento: para ter amor é necessário ter sexo? E para ter uma relação sexual é necessário amar? Acredito que é possível ter os dois em separado, mas aquela pimentinha que torna tudo mais gostoso vem com a junção das duas coisas. Os adeptos das relações “fast-food” defendem que é possível ter prazer e múltiplos orgasmos sem necessariamente estar apaixonado por uma pessoa. Concordo. Os defensores desse tipo de relação apontam que é uma forma de evitar o sofrimento. Também concordo. No entanto, ao evitar o sofrimento, evita-se também o sentimento de bem-estar que só o amor traz. A geração de oxitocina, hormônio que produz o amor, é muito maior quando há conexão. E eu não vou ao mar para apenas molhar os pés.
Quanto mais somos bem tratados, mais geração dos hormônios do bem-estar ocorre no nosso organismo. Além disso, quem ama e é amado transita muito melhor nas outras áreas de sua vida. Cuida mais da saúde, tem mais resultado no trabalho (porque está mais feliz) e encara com mais leveza as adversidades da vida. Sou defensora de experimentarmos o amor, os benefícios são muito maiores. Então, por que se contentar apenas com amostra grátis? Amores instantâneos, com prazeres de curta duração? Sem contar que o “fast-food”, assim como na comida, produz prazer de curta duração e alternamos muito rápido entre mal-estar e bem-estar.
O poeta gaúcho, Mário Quintana, diz que “o amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser. O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço.” Então, te pergunto: por que você tem medo do amor, mesmo diante das evidências de tantos benefícios? Abra-se a para a vida. Depois me conte como foi!