Dependência Emocional: quando o amor vira prisão

Você se considera uma mulher independente? Provavelmente a resposta é “sim”. Afinal, você trabalha, paga suas contas, em alguns casos sustenta a família, cuida da sua aparência e é admirada pelas pessoas ao seu redor. Porém, mesmo com todas essas conquistas, pode ser que no campo afetivo algo não esteja em harmonia. Talvez você se veja em um relacionamento que não te satisfaz, mas do qual não consegue se desvincular. É aí que surge a reflexão sobre a dependência emocional.

Muitas mulheres demoram para identificar que podem estar passando por um ciclo vicioso de dependência. A dependência emocional está acontecendo quando uma pessoa (homem ou mulher) sente necessidade excessiva da aprovação, atenção e presença do parceiro para se sentir bem.

Ela acredita que só terá valor se for amada ou aceita pelo outro, mesmo que isso custe perder a sua identidade. Quer um exemplo? Você tem um cargo de liderança no emprego, com diversos colaboradores na sua equipe. Toma decisões e é respeitada. Porém, em casa, se o seu companheiro falar que o corte de cabelo ficou feio ou que determinada roupa te deixou gorda, é invadida pela insegurança e já não quer mais sair de casa. Esse é um sinal, até meio bobo, mas de dependência emocional.

Mas tem mais alguns sinais que podem te ajudar a identificar se está em uma relação de dependência. Entre eles, medo constante de perder o parceiro, dificuldades de tomar decisões sem a opinião do outro, sentimento de vazio quando está sozinha, aceitar situações que trazem dor apenas para manter o relacionamento, baixa autoestima e dificuldade de reconhecer o próprio valor, e necessidade de agradar em excesso, mesmo se anulando.

Quem sofre de dependência emocional, e isso não tem nada a ver com dinheiro, há mulheres de muito poder aquisito que enfrentam o problema, acaba tendo muitos prejuízos na sua vida. A pessoa dependente acaba aceitando permanecer em relacionamentos abusivos ou tóxicos, desenvolve quadros de ansiedade e insegurança, se isola socialmente e delega a autonomia da sua vida ao outro.

Depois de um tempo, o dependente nem se lembra mais do que gostava antes do relacionamento. Boa parte dos casos de feminicídio é resultado de uma relação de dependência emocional em que a mulher vive perdoando e não tem forças para se libertar, até que é vítima de um ato de violência.

A boa notícia é que é possível romper esse ciclo. O primeiro passo é querer mudar e estar insatisfeito com sua realidade. Decidido isso, é hora de investir em autoconhecimento, fortalecer a autoestima e tomar as rédeas da sua vida. E se o outro não quiser esse novo ser, mais decidido, lamente e deixe a cena sem olhar para trás. Há uma vida abundante a tua espera.

É importante durante todo o processo de reconstrução da identidade não se cobrar ou sabotar-se. Lembre-se sempre que ser independente, financeiramente, profissionalmente e socialmente, não garante imunidade contra a dependência emocional.

Muitas mulheres fortes e admiradas enfrentam esse desafio silencioso. Reconhecer os sinais é o primeiro passo para se libertar e viver relacionamentos baseados em amor, respeito e equilíbrio. Porque eles existem. Não tenha dúvidas disso.