O PortalImulher comemora o Dia Mundial do Doador de sangue com a entrevista do Capitão Veterano Luís Antônio Ferreira Carneiro, doador de sangue.
Os doadores de sangue são heróis anônimos que salvam vidas no silêncio das salas dos hospitais e no incômodo das agulhadas, sem nem mesmo saber quem estão salvando. Salvam pelo ato de doar, pelo bem que praticam, pela vontade de ajudar e de salvar alguém que está necessitado.
A entrevista com o Capitão Carneiro bem demonstra o espírito altruísta do doador de sangue.
PortalIMulher – Quem é Luís Antônio Ferreira Carneiro?
Carneiro – Um militar veterano, que bem cumpriu sua missão no Exército, realizado pessoal e profissionalmente, casado, 2 filhos.
PortalIMulher – Quando e por que você começou a doar sangue?
Carneiro – Doei sangue pela primeira vez em 1984, para atender as necessidades do hemocentro de Juiz de Fora e para descobrir qual era o meu tipo sanguíneo.
PortalIMulher – O que ou quem te motivou a doar sangue?
Carneiro – Fui prestar o serviço militar em 1984 e não sabia qual era o meu tipo sanguíneo. Nas primeiras instruções, o Exército incentivou a doação de sangue dos recrutas e informou que eu obteria de graça exames e informações sobre o tipo sanguíneo. Os exames destinavam-se a verificar se eu teria alguma doença que impedisse a doação.
Jovem, que não tinha tido a oportunidade de fazer exames mais especializados, doei sangue e fiz os exames. Não mais parei de doar.
A primeira doação foi o gatilho que me conscientizou, conforme ouvi numa palestra, que o sangue não se compra em farmácias e quem precisa tem pressa.
PortalIMulher – Quanto ou o que você ganhou como doador de sangue?
Carneiro – Em 2007, como parte da comemoração do Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, o Hemominas, banco de sangue de Minas Gerais, concedeu-me o Certificado de Doador, por meio do qual agradeceu as doações que havia realizado.
PortalIMulher – Quantos litros já doou durante sua vida?
Carneiro – Não lembro e não tenho os comprovantes das doações que fiz antes do ano 2000.
De Jan/2000 a Fev/2023, tenho os comprovantes de 60 doações de sangue. Como se extraem 400 ml de sangue por doação, já doei mais de 24 litros de sangue.
PortalIMulher – Qual o intervalo de tempo entre uma doação e outra?
Carneiro – Normalmente faço doações três vezes ao ano.
PortalIMulher – Você procura o banco de sangue pra doar ou o banco de sangue procura você?
Carneiro – Inicialmente, eu procurava o banco de sangue para doação voluntária de reposição. Como o meu sangue é fenotipado ( tipo de sangue no qual são pesquisados outros grupos sanguíneos além do ABO e Rh), o Hemominas me convida regularmente para fazer doação para pessoa especifica.
PortalIMulher – Quais os casos de doação que mais marcaram você?
Carneiro – O convite para doação específica, normalmente para pessoas com leucemia, me emociona por saber que o tratamento é longo e desgastante para o paciente e sua família. Ao fazer a doação, sei que posso levar conforto e apoio ao paciente e à sua família.
PortalIMulher – Você foi alvo de gratidão por parte de pessoas para quem doou sangue?
Carneiro – Não! Eu nunca soube para quem doei sangue. Mesmo quando faço doação para pessoa específica, eu somente fico sabendo as iniciais de seu nome, com a finalidade de informar na triagem do banco de sangue.
Não sei quem são as pessoas para quem faço a doação de sangue e não as conheço.
PortalIMulher – Além da satisfação pessoal de doar sangue e de se sentir bem praticando o Bem, alguma manifestação de gratidão te comoveu especialmente?
Carneiro – A entrega do Certificado de Doador de Sangue, concedido pelo Hemominas em 2007, com agradecimento especial, me sensibilizou porque, mesmo que eu nunca tenha pretendido destaque ou promoção pessoal, reconhecimento faz bem ao ego.
PortalIMulher – Qual a recompensa que você teve do quartel ao fazer doações de sangue?
Carneiro – Apenas a dispensa do serviço no dia da doação. Algumas vezes, recebi referência elogiosa do comandante no boletim interno (que registra a vida diária da Unidade Militar).
PortalIMulher – Você é religioso. Sua fé tem influência no fato de você doar sangue?
Sim! O que me leva a doar sangue é me colocar na situação de quem precisa de sangue e não tem a quem recorrer, principalmente nos casos de pacientes que necessitam de doações frequentes.
A pessoa que desfruta de boa saúde é privilegiada, mas deve lembrar-se de que sangue não se vende na farmácia. Há seres humanos que dependem de sua generosidade para continuar vivendo.
2 Comentários
Parabéns Luís Antonio! Doar sangue é uma forma sublime de preservar vidas.
Obrigado, José Salviano!