Viver não é fácil. Disse o poeta Gonçalves Dias que “a vida é luta renhida que aos fracos abate e aos fortes, aos bravos só faz exaltar”.
Tentemos imaginar a vida dos seres pré-históricos nas cavernas. Não havia roupas adequadas para enfrentar o frio; apenas peles de animais. Vivia-se nas cavernas. Caçava-se para comer. Caçava-se para vestir. Animais selvagens à espreita. Homens devorados por feras. Armas rudimentares, apenas lanças. Como as crianças chegavam à idade adulta? Remédios? E as mulheres? E os partos?
Veio a agricultura e o homem fixou-se à terra. Teve que aprender o que plantar, como plantar, em que época plantar. Teve que aprender a estocar comida. Domou animais. Teve que aprender a conciliar a agricultura com as condições da Natureza.
Veio a civilização. Criação de Estados e cidades. Guerras, conquistas, domínio, mortes.
Vieram os períodos da Idade Antiga e da Idade Média em que, por mais que um milênio, a humanidade esteve no obscurantismo e sem grandes progressos. Persistiam guerras e doenças. A Peste Negra.
Durante a Idade Moderna, do Século XV até o Século XVIII, a humanidade alcançou grande progresso cultural, trazido pelo Renascimento, e algum progresso na área do conhecimento, obtido por gênios. Mas, as doenças persistiam, ceifando prematuramente vidas de recém-nascidos, crianças e adultos. Não havia energia elétrica. Nem saneamento básico. O transporte era feito por cavalos ou carruagens. A comunicação, por mensageiros.
A Idade Contemporânea nos trouxe duas guerras mundiais. Bomba atômica. Guerra Fria, durante a qual o mundo esteve a passos da destruição. Milhões de mortes. Gripe Espanhola.
A humanidade superou tudo isso, e somos hoje cerca de oito bilhões de pessoas na Terra, disputando espaço, comida, trabalho e sobrevivência.
Apesar de todo o progresso científico e tecnológico, novas dificuldades surgiram: a depressão, a mudança do clima, o desmatamento, catástrofes ambientais, poluição da Terra e da atmosfera. Por último, a COVID 19.
Crises de toda ordem, locais, regionais e internacionais. Serão crises ou circunstâncias decorrentes da própria existência humana? O Aurélio define crise como “manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio”. As crises são repentinas ou continuadas? Pode até ser que, examinando-se aspectos individuais, haja crises. Mas, no conjunto da vida humana, as dificuldades sempre existiram em diferentes setores.
Acabarão as crises? Quando e se acabarem, surgirão outras? De que tipo? Ninguém saberá responder. Sabemos, contudo, que a humanidade enfrentou todas as crises e dificuldades, que surgiram ao longo de sua existência, e as superou com inteligência, criatividade e capacidade de adaptação.
Além de haver sobrevivido às dificuldades aqui citadas e muitas outras, a humanidade progrediu e desenvolveu-se. Curou doenças. Criou vacinas e remédios. Desenvolveu a ciência e a tecnologia. Enviou naves ao espaço. Foi à Lua. Hoje, tem um robô e um drone em Marte controlados daqui da Terra. Prolongou a duração da vida.
A vida é dura e difícil, mas são as dificuldades que fortalecem o ser humano e acionam-lhe a inteligência na busca de soluções para facilitar e melhorar a vida e dar-lhe prosseguimento. Lembrem-se de que o atleta e o militar melhoram o desempenho por meio de treinamento árduo.
Aquilo que se passa nos planos maiores – de cidades, Estados, países, continentes e do mundo – também se passa no plano individual. Na vida, todos nós enfrentamos obstáculos de toda ordem: emocionais, financeiros, profissionais, pessoais, familiares e crescemos quando os enfrentamos e os superamos.
Assim como a humanidade, você, digno representante da humanidade e do ser humano, também superará dificuldades e superará crises com inteligência, criatividade e capacidade de adaptação.
Você pode vencer.