Se uma pessoa quiser ocupar-se incessantemente de coisas sérias e não se abandonar de vez em quando ao divertimento, sem perceber, fica louco ou idiota. Heródoto (484 – 430 a. C.), historiador grego.
O riso é coisa séria, e tanto assim é que tem o seu dia comemorativo, 6 de novembro.
Rimos e nem sempre nos damos conta de seu valor na vida. Parece muito natural que riamos de novidades, de piadas ou em divertidas brincadeiras. Rimos e pouco nos apercebemos de sua mensagem e da força de sua mensagem.
O riso intenso, a boa e gostosa gargalhada é excelente tônico que desopila o fígado, descarrega tensões e libera energias.
O grande escritor português Eça de Queiroz (1845 – 1900) define o riso por meio do personagem João da Ega no excelente romance “Os Maias”:
“O que ainda tornava a vida tolerável era, de vez em quando, uma boa risada. Ora, na Europa o homem requintado já não ri – sorri regeladamente, lividamente. Só nós aqui, neste canto do mundo bárbaro, conservamos ainda este dom supremo, essa coisa bendita e consoladora – a barrigada de riso!”.
O riso provém de causa que normalmente provoca admiração, que agrada e dá prazer; não há riso franco e sincero provocado por aquilo que desagrade. O riso ilumina e enfeita o rosto, subentendo prazer da pessoa que ri.
Apenas o ser humano ri; nenhum outro animal ri (embora haja quem considere os grunhidos e os berros das hienas como risadas, porque parecem risos). Então, o riso é próprio do racional, do ser humano.
O tempo envelhece a todos na idade e no corpo, que adquire rugas e se debilita. No entanto, quem ri permanece com o espírito jovem. Mudam-se as brincadeiras de acordo com a idade para sempre se divertir e poder rir.
Cada idade tem suas próprias brincadeiras e suas criancices. Quem, apesar da idade, consegue rir e divertir-se com as brincadeiras de crianças ou de adolescentes manter-se-á jovem.
Conhecem-se adultos, da terceira idade, que adoram fazer folguedos (hoje chamadas pegadinhas) para se divertir e para divertir as pessoas queridas. Essas pessoas terão as rugas apenas como marcas físicas do corpo; o espírito que ri e brinca guarda a juventude.
O riso é sinônimo de florescer, de encantar-se, de colorir-se, de iluminar-se. O rosto se ilumina com o riso ou o sorriso; não se ilumina com lágrimas de tristeza ou com expressão carrancuda ou amuada.
Dizemos que os campos riem quando estão cobertos de flores. Dizemos que a aurora ri quando sai da escuridão e descortina os primeiros raios de luz da manhã. Da mesma forma o rosto se ilumina e se cobre de cores quando ri.
O riso é contagiante. Quem ri move a rir.
E você já riu hoje? Já fez alguém rir?
Se já riu e se fez alguém rir seu dia não estará perdido.