A ONU instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Internacional de Eliminação da Violência contra a mulher, em homenagem às Irmãs Mirabal.
No dia 25 de novembro de 1960, Rafael Trujillo, ditador da República Dominicana, mandou torturar e matar as irmãs Patria Mirabal, Maria Teresa Mirabal e Minerva Mirabal, porque elas se opuseram à ditadura e se envolveram em atividades clandestinas contra o regime.
As irmãs Maribal, conhecidas como “Las Mariposas” (As borboletas), tornaram-se símbolos da resistência popular. Atribui-se a Minerva Mirabal a frase “É uma alegria fazer o que pudermos pelo nosso país que tantas angústias sofre.. É triste ficar de braços cruzados”, que bem demonstra o idealismo e a valentia das Irmãs Mirabal.

Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher em homenagem às Irmãs Maribal.
A instituição de um dia de conscientização e a existência de leis rigorosas para punir o feminicídio não são suficientes para fazer com que o número de crimes contra a mulher diminua. Segundo a ONU, uma mulher é assassinada pelos próprios parceiros a cada 10 minutos no mundo. A epidemia de feminicídios permanece, por motivos fúteis, pelo domínio que o homem ainda pretende ter sobre a mulher ou até pelo fato de a vítima ser mulher.
Um exemplo ocorreu no Rio de Janeiro. No dia 15 de novembro deste ano, Thaís Guimarães da Silva Machado, 21 anos, foi assassinada. O motivo, segundo sua família, foi ela haver se recusado a namorar um traficante de seu bairro. Exemplo típico de feminicídio, crime que decorre da condição do sexo feminino, do menosprezo à condição feminina e da discriminação contra a mulher, de quem o homem se sente dono.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que ao menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil entre os anos de 2015 e 2023. Somente em 2023, foram 1.463 vítimas, o que indica o assassinato de 4 mulheres a cada dia, maior número desde 2015, quando entrou em vigor a Lei 13,104, que qualifica o feminicídio como crime hediondo.

A violência contra a mulher não se resume ao feminicídio; há outras formas de violência. A violência física, a violência sexual, a violência psicológica, a violência patrimonial e a violência moral. Alguns tipos de violência, como a moral e a psicológica, não deixam marcas visíveis, mas abalam profundamente a mulher, deixando-lhe cicatrizes emocionais profundas.
Por vezes, a mulher, com sentimento maternal, acredita que o companheiro possa mudar a forma de tratamento e acabe com as agressões. Ilusão. Respeito, quando perdido, não será restabelecido.
Em caso de agressão física ou moral, a solução passa por procurar apoio em parentes e amigos ou até em terapia. Valorizar-se, ter conhecimento de seu valor e amar-se a si própria são caminhos para se libertar de relacionamentos tóxicos.