Na madrugada do dia 23 de novembro, a NASA, agência espacial norte-americana, lançou a missão chamada DART (sigla em inglês de “Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo”), para desviar a rota de um asteroide. Será a primeira tentativa de demonstrar que os humanos podem promover a defesa do planeta por meio da mudança da trajetória de um asteroide que esteja em rota de colisão com a Terra.
A ficção do cinema se transforma em realidade. Os filmes “Armagedon” e “Impacto Profundo” tratam dessa temática.
Trata-se de missão de treinamento, porquanto não há um asteroide que possa ameaçar a Terra no curto prazo. A ciência já mapeou 95% dos asteroides com 1 km ou mais de diâmetro e nenhum deles traz perigo nas próximas décadas. Para fins de comparação, o asteroide que se supõe ter destruído a espécie dos dinossauros há 66 milhões de anos tinha mais de 10 km de diâmetro.
Já os asteroides de menor porte são bem mais numerosos e menos conhecidos; estima-se que existam mais de 20 mil e somente 8 mil são conhecidos. Os asteroides de menor porte não são capazes de destruir a espécie humana, mas são capazes de causar danos locais intensos.
A DART tem a missão de colidir com o asteroide e, como num acidente de trânsito, mudar a sua direção e a sua velocidade. A data de impacto será entre os dias 28 de setembro e 1º de outubro de 2022, quando a Terra estará a menor distância do asteroide, cerca de 11 milhões de quilômetros, o que facilitará a observação do choque e a coleta de dados.
Para fins de comparação, a distância da Terra à Lua é perto de 400 mil Km. “Acertar” a Lua é fácil: ela está mais perto e seu diâmetro mede 3.400 quilômetros. No caso de acertar o asteroide: a nave viajará à velocidade de 6 Km por hora (mais de 20.000 Km/hora), acertará o asteroide, que mede 180 metros de diâmetro, à distância de quase 30 vezes a distância da Terra até a Lua, sendo que a colisão ocorrerá daqui a 11 meses. É muita precisão.
O asteroide será estudado pela sonda, que contará com duas câmeras que filmarão a aproximação e o choque. O choque da nave não destruirá o asteroide; apenas abrirá uma cratera nele, que se espera seja suficiente para alterar sua velocidade e sua trajetória. Este o grande teste.
A missão pioneira do DART não garante que a Terra estará protegida de asteroides, mas será o primeiro passo nesse sentido. Além de o sistema funcionar, a estratégia somente será útil se o asteroide, a ser atingido, for detectado com bastante antecedência, mais de dez anos, para que haja tempo de calcular sua rota e programar a missão. A missão DART será a pioneira para a formulação de estratégia de defesa do planeta.
Utilizamos a experiência aprendida com a extinção dos dinossauros, para que o mesmo não aconteça com a raça humana. A colisão de um asteroide com a Terra já aconteceu e acontecerá novamente. Não é “SE” acontecer; é “QUANDO” acontecerá. Daí a preocupação com a defesa planetária.