A gordofobia, o etarismo e a maledicência, às vezes vindo do sexo feminino, continuam atingindo as mulheres, independente de sua condição social, idade ou beleza. Fico chocada quando ouço comentários pejorativos sobre o peso, o cabelo, a idade ou as marcas do tempo em uma mulher, como ocorreu recentemente com a modelo, empresária e influencer Yasmin Brunet, 35 anos, que está participando do BBB24, e com a atriz Paolla Oliveira, 41 anos. Não esqueçamos nunca que há beleza em todas as fases de nossas vidas!
Não assisto BBB e raramente leio fofocas do meio artístico. No entanto, não posso me furtar ao que houve nos últimos dias. Mulheres consideradas lindas, independente de qual é o nosso conceito de beleza visto que é muito subjetivo, sendo massacradas nas redes sociais pelo seu corpo e idade. Paolla Oliveira, em minha opinião, é uma das atrizes mais lindas e talentosas da sua geração, e ao aparecer em um ensaio da Escola de Samba Grande Rio, da qual será rainha em 2024, foi chamada de gorda, de “braço de merendeira” e outras coisas por internautas homens e mulheres. E incomoda-me ao ler que o cantor de pagode, Rodriguinho, 45 anos, sem grandes atrativos físicos para o meu gosto e que já foi acusado de agredir uma das ex-esposas, a Natalia Damasceno, chamou a modelo, empresária e influencer Yasmin Brunet, 35 anos, de velha e que teria “largado o corpo”, no BBB24.
A minha pergunta ao Rodriguinho é: se a Yasmin Brunet, com 35 anos, é velha, o que ele, com 45 anos, é? Matusalém? Ou aos homens é permitido envelhecer e às mulheres é proibido? Porque até onde eu sei todos os seres vivos na terra, sem exceção, envelhecem. Animais, plantas, árvores e até os homens e as mulheres. Outra coisa, a Yasmin Brunet usa manequim 36 e tem mais de 1,70 de altura e é chamada de gorda. Diante disso, como ficam as milhares de mulheres que têm menos de 1,70 de altura, estou nessa, e usam manequim a partir do 42? Somos todas gordas? É preocupante quando vemos essas críticas às mulheres famosas, ricas e lindas. Porque, fatalmente, boa parte de nós, as consideradas “reais”, começa a questionar o seu valor.
E é aí que a nossa autoestima tem que estar bem trabalhada. Porque se essas críticas nos atingirem, mulheres que trabalham, às vezes, mais de 10 horas por dia, algumas têm filhos, outras não conseguem tempo para ir à academia, não têm dinheiro para procedimentos estéticos, sonham com uma pitada de Botox e vivem na correria para dar conta da rotina, vai ser difícil nos olharmos no espelho.
Quem ainda não aprendeu, precisa aprender para ontem a fundamentar a sua autoestima apenas na sua opinião e não na dos outros. Sempre haverá alguém para criticar se está gorda, se está magra, se não pintou o cabelo, se está com linhas de expressão e por aí vai. E algumas dessas críticas vêm de mulheres que deveriam ser as primeiras a se abraçarem, a se validarem, a aceitarem a diversidade. Eu não gosto de cabelo branco em mim, mas respeito as que gostam.
Quando dependem da validação da sociedade ou de um parceiro, as mulheres se tornam alguém fácil de ser manipulada. Geralmente, as mulheres que são manipuladas são as que mais sofrem violência doméstica, porque demoram para entender que estão vivendo um relacionamento tóxico.
Meu sonho de consumo é que as mulheres aprendam a se enxergar quando se olharem no espelho da vida. E não estou falando apenas das características físicas. Mas que analisem o conjunto de quem elas são de verdade: mulheres que trabalham, muitas são a principal fonte de renda do lar, que estudam, que cuidam dos filhos, e ainda, nem sei como, encontram tempo para demonstrar amor ao seu parceiro. Será mesmo que essa mulher não é uma pessoa fantástica? Independente do seu manequim ou da sua idade?
O importante é nos sentirmos bem na própria pele. Emagreça se esse for o seu desejo; pinte os cabelos para esconder os brancos, se assim quiser; use maquiagem se for seu desejo realçar os pontos fortes. Enfim, não importa o que a mulher vai fazer; o importante é que seja para atender as suas expectativas, para fazê-la feliz e não ao mundo externo. Nele sempre haverá críticos de plantão e nunca atingiremos o padrão de beleza exigido na sociedade. Sempre haverá alguém com um dedo apontado para você. Eu não me importo com esse dedo. E você? Se você ainda se importa, exercite o autoamor, a autoestima e pegue mais leve com você. Ficará mais fácil ser mulher!
Fontes consultadas:
Sobre Rodriguinho
https://areademulher.r7.com/biografias/rodriguinho-biografia/
Sobre Yasmin Brunet
Sobre Paola Oliveira
4 Comentários
Vou dizer uma coisa para vcs… a maturidade é maravilhosa, pois traz pra a gente o tal do foda-se para todos esses mimimis…eu aprendi a cuidar da minha vida.. e deixar cada um cuidar da sua… digo isso para q todos os mais jovens q lerem essa matéria aprendam mais cedo a se amar em primeiro lugar… do jeito q vc é… claro q não podemos romântizar a obesidade..pois ela causaa muitos danos a saúde….mas aí é cada um tem q ver até onde seu corpo te incomoda, ou te prejudica.. não cabe ao outro opinar… sobre rugas…. celulite.. seios caídos… todos vamos chegar lá.. inclusive os homens… é o caminhar natural da vida..e cada um reage como quiser..faz ou não faz plástica..usa o querido botox kkkk… não faz nada… bora cada um cuidar de si que já está mais que difícil né.. sejam felizes.. isso que importa.. sorriam mais ..abracem mais…o resto é resto!! Gratidão ❤
Exatamente Maristela. Como dizem “a opinião do outro é dele e somente dele. Não deve te afetar.” Obrigada pela colaboração.
Trabalhar a auto estima hoje é vital, por mais mulheres como você. Distribuindo a maior ferramenta que temos para lutar contra isso tudo, conhecimento!
É verdade Ana. Está na hora das mulheres se verem no espelho como as maravilhosas que são, independente de peso, altura, cor do cabelo, idade, etc…. Por mais mulheres como você também!!!