Conheça melhor a Mônica, em seu 60º aniversário.
O mês é de comemorar a mulher.
Contudo, há uma menina muito especial, que merece ser comemorada e citada em nosso PORTAL, porque está aniversariando e porque sua existência marcou e marca a vida de muitas pessoas. Além disso, sua existência contém ensinamentos que serão úteis para gestoras e empreendedoras.
A personagem em questão é a Mônica, da Turma da Mônica, que completou 60 anos no dia 3 de março de 2023.
Em 3 de março de 1963, surgiu a primeira tirinha da Turma da Mônica. Cebolinha – ranzinza, mal educado e grosseiro – tentava equilibrar-se na sarjeta quando surgiu a Mônica com seu coelhinho azul Sansão. Cebolinha mandou a Mônica sair dali e, em resposta, ganhou uma coelhada na cabeça.
Mônica surgiu impondo respeito e garantindo seu espaço.
Maurício de Sousa inspirou-se nos trejeitos e no rosto de sua segunda filha, Mônica, para criar a personagem. O nome lhe foi dado em homenagem à atriz italiana Mônica Vitti; Maurício de Sousa gostava muito do cinema italiano dos anos 60.
Maurício de Sousa trabalhava em casa e suas filhas brincavam a seu lado, no escritório. Sua filha Magali comia uma melancia enorme; Mariângela, boazinha, brincava em outro canto, e a Mônica corria de um lado para o outro com um coelho amarelo que ganhara de presente do pai. Ele diz criou as personagens a partir da cena das filhas brincando; diz que a inspiração estava a seu lado e bastou ter olhos e sensibilidade para captá-la.

As oportunidades e a inspiração podem estar a nosso lado; tenhamos olhos para vê-las, antenas para captá-las e coragem para aproveitá-las.
Ele disse ainda que a sua filha Mônica sempre gostou de roupas vermelhas e, por isso, vestiu a Mônica com vestido vermelho e que não muda a cor porque personagem de quadrinhos deve ficar com a mesma roupa para criar identificação com o público.
Assim devem ser sua empresa e seus produtos: o público deve ter identificação com eles.
Maurício de Sousa disse que a força da Mônica foi inspirada na personalidade forte, na liderança natural e na força mental de sua filha.
Outro aspecto interessante é que Maurício de Sousa explicou por que outras personagens femininas (Mafalda, personagem argentina de 1964, e Luluzinha, personagem americana de 1935) não chegaram aos 60 anos com tirinhas novas, e Mônica conseguiu essa façanha. Segundo ele, a diferença é que ele e sua equipe utilizam a criatividade, sempre trazendo novas historinhas com criatividade e emoção.
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Ele disse ainda que as mudanças que promoveu na personagem seguiram a tendência do “politicamente correto”. No começo, ele explorava muito as briguinhas comuns de meninos e meninas e resolvia as briguinhas com coelhadas dadas pela Mônica. Os meninos chamavam a Mônica de “dentuça” e ela respondia com coelhadas. Atualmente, a Mônica não mais bate nos meninos com o coelho, e eles pararam de falar da aparência dela e de seus dentões. Passou a haver maior respeito entre eles e as briguinhas são resolvidas amigavelmente.
Pequena modificação feita, que talvez tenha passado imperceptível, foi tornar a Mônica mais arredondada a fim de facilitar a animação em 3D.
A “Turma da Mônica” reflete a evolução do papel da mulher na sociedade. As mães das meninas da Turma da Mônica não têm carreira profissional e são todas donas de casa. Se ele criar a Mônica adulta, certamente ela será profissional atuante, em razão das características de firmeza, força, liderança e determinação da Mônica criança.
O estilo vigoroso e de liderança da Mônica inspira as meninas para que elas se valorizem mais e tenham sonhos a realizar. Mônica, filha de Maurício de Sousa e inspiradora da personagem, é hoje a diretora comercial da empresa Maurício de Sousa Produções e permaneceu a líder forte e dinâmica como é a personagem.
Artigo escrito com base na entrevista que o cartunista e desenhista Maurício de Sousa concedeu à jornalista Marcella Franco/Folhapress, publicada no jornal Estado de Minas, Ed. de 6 de março de 2023
A Mônica se faz tão presente em nossa vida, como pessoa querida e por quem nutrimos tanto carinho, que o PORTALIMULHER não classificou a matéria como negócios, empreendimento ou gestão. É simplesmente “artigo” sobre alguém especial.