No mundo dos negócios e até mesmo na vida cotidiana, quem tem presença de espírito costuma sair-se bem diante de situação desconfortável e até transforma a dificuldade em comentários inteligentes, por vezes com boa dose de humor.
JÂNIO QUADROS
Na busca do ineditismo ou até mesmo de colocar o entrevistado em xeque, repórteres inconvenientes podem fazer perguntas indiscretas, que invadem a vida pessoal do entrevistado. Porém, ficam em situação desconfortável quando têm pela frente alguém com presença de espírito.
Caso interessante ocorreu quando uma repórter de uma rádio entrevistava Jânio Quadros, uma das mais controversas figuras da política brasileira. O nome da repórter foi esquecido; somente se lembra da resposta inteligente de Jânio.
Jânio da Silva Quadros, advogado, professor, letrólogo e político, foi prefeito e governador de São Paulo nos anos 1950 e foi o 22.º presidente do Brasil. Assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1961 e, em 25 de agosto de 1961, menos de sete meses depois de assumir, renunciou ao mandato. Ele alegou que não resistiu às “forças ocultas”, o que o fez renunciar.
Jânio Quadros era chegado numa birita. Professor de português, manejava bem as palavras.
Ao entrevistá-lo, a repórter de uma rádio saiu do campo público e invadiu a vida pessoal de Jânio e perguntou-lhe:
– Presidente, por que o Sr. bebe?
Em bom e correto português, Jânio Quadros respondeu-lhe:
– Bebo porque é líquido; se fosse sólido, comê-lo-ia.