As pesquisas de Masaru Emoto sobre a conexão dos seres humanos com moléculas de água, embora alvo de críticas, despertam reflexões sobre a interação com a Natureza.
A ÁGUA
A água, substância fundamental para a vida, cobre perto de 71% da superfície da Terra e constitui 60 a 70% do corpo humano. A Astronomia busca por água em outros planetas a fim de obter informações sobre o seu ambiente e de buscar vida como a conhecemos.
MASARU EMOTO
Masaru Emoto (1943 – 2014), empresário e escritor japonês, ficou conhecido pelas alegações de que sentimentos influenciam a formação dos cristais de gelo. Ele publicou suas conclusões na obra “As Mensagens da Água”.
Os experimentos de Masaru Emoto consistiram em expor água a diferentes palavras, imagens ou música, congelá-la e examinar a aparência do cristal de água por microscópio. Ele apresentou fotografias de cristais de gelo relacionadas com as palavras e sentimentos a que os cristais foram expostos.
Segundo Emoto, suas pesquisas comprovaram que os cristais da água podem ser influenciados por fatores externos, como emoções e palavras. Suas descobertas, embora controversas e debatidas dentro da comunidade científica, estimularam diálogos sobre a interconexão entre o ser humano e o meio ambiente.
O MÉTODO DE PESQUISA DE EMOTO
Masaru Emoto utilizou microscópios de alta resolução para registrar a formação de cristais de gelo a partir de amostras de água submetidas a diferentes estímulos: palavras escritas, músicas, orações e até mesmo sentimentos. A premissa central de Emoto era que a água poderia responder a esses estímulos, moldando-se de maneira distinta.
Em suas publicações, Emoto reportou que a água exposta a palavras edificantes, como “amor” e “gratidão”, formava cristais belos e simétricos, e a água submetida a palavras negativas, como “ódio” e “desgraça”, resultava em cristais deformados e desorganizados. Diante dessas observações apresentadas em seu livro “A Mensagem da Água”, Emoto afirmou que as moléculas de água respondem a estímulos físicos e também a fatores emocionais e espirituais.
A INTERCONEXÃO ENTRE EMOÇÕES E A ÁGUA
A ideia de que as emoções humanas podem ter impacto tangível sobre a água provoca reflexões sobre como as interações humanas afetam a qualidade dos ambientes onde vivemos. Emoto propôs que, uma vez que o corpo humano é composto por cerca de 60% de água, as emoções e palavras que proferimos não apenas afetam ambientes externos, mas também e principalmente o nosso próprio corpo.
Essa interconexão levanta questões sobre o poder da linguagem e do pensamento positivo e promove visão holística da saúde e do bem-estar. A noção de que a água pode “lembrar” as emoções que encontrou desafia ideias convencionais sobre a falta de vida da matéria e sugere maior compaixão em nossas interações cotidianas com os demais seres da Natureza.
CRÍTICAS E CONTROVÉRSIAS
As pesquisas de Masaru Emoto foram alvo de pesadas críticas da comunidade científica referentes à falta de rigoroso método científico e a repetitividade dos resultados.
O campo da ciência não é cordial. Pelo contrário, é agressivo e muito disputado. Cientistas reveem o trabalho e as conclusões dos colegas com lupa para confirmar ou desmentir os resultados.
As críticas levaram pesquisadores a questionar a validade das conclusões de Emoto. Experimentos independentes, que tentaram replicar suas descobertas, falharam, o que levantou questões sobre a objetividade das conclusões de Masaru Emoto.
Críticos ressaltaram ainda a falta de controle experimental e condenaram Emoto por não liberar detalhes suficientes para a comprovação de seus testes.
No entanto, mesmo diante das críticas, o trabalho de Emoto trouxe nova perspectiva sobre a água e suas possíveis interações. Sua abordagem se alinha ao desejo crescente de entender a natureza de forma mais integrada e levantou discussões sobre espiritualidade, ecologia e saúde.
NOVOS ESPAÇOS
As pesquisas de Masaru Emoto sobre as moléculas de água abriram novo espaço para diálogos. Apesar das controvérsias que cercam suas conclusões, sua obra convida à reflexão sobre o papel das emoções na vida cotidiana e sobre como os seres humanos podem se relacionar com a água e, por extensão, com o meio ambiente.
A crise hídrica e a poluição são questões prementes, e a mensagem de Emoto pode ressoar atualmente com muita força: somos, de certa forma, moldados por aquilo com que nos relacionamos.
A compreensão dessa conexão pode servir de inspiração para o cuidado mais profundo com nós mesmos e com o planeta que habitamos. O astrônomo e cientista planetário Carl Sagan (1934 – 1996) declarou que “Estamos todos juntos – somos todos passageiros na mesma nave espacial chamada Terra”.