Você sabia que existem 82 vertentes para conhecer, analisar e aplicar as estratégias de marketing? Pois é! Nossos amigos da Rock Content fizeram esse levantamento e surpreenderam até profissionais da área. Vamos deixar essa ‘aula’ para outro momento para nos concentrarmos em uma vertente: o marketing sustentável.
Pois bem, mais uma vez, caímos em uma infinidade de conceitos e terminologias, o que prejudica o entendimento e, principalmente, a aplicação desse vetor de desenvolvimento. Talvez você já tenha lido algo a respeito em outros canais que tratam a área como marketing social, marketing ecológico, marketing ambiental ou marketing verde. Questão de semântica, o mais importante é compreender o significado desse modelo de gestão. Há diferentes interpretações para defini-lo, como bem analisa em inúmeros artigos o doutor em Sustentabilidade de Marketing pela UFRJ, José Austerliano Rodrigues. O Portal iMulher destrinchou alguns deles com a intenção de despertar a atenção para os benefícios dessa ferramenta para os negócios e para o futuro do Planeta.
Trocando em miúdos, o marketing sustentável normalmente é associado a instrumentos mercadológicos utilizados para criar produtos e serviços que contribuam para a sustentabilidade do ecossistema, e não sejam focados apenas no lucro. Os autores Ken Peattie e Frank-Martin Belz, no livro ‘Sustainability Marketing: A Global Perspective’ – um dos primeiros da área –, enfatizam a construção e manutenção de relações sustentáveis com os consumidores, o ambiente social e natural.
Os autores sugerem um modelo baseado em um tripé e, principalmente, em uma visão holística da vida, dos negócios e das relações. Ou seja, o marketing sustentável se propõe a atender clientes diferenciados que se preocupam com os danos à natureza, mas também consiste na aplicação da promoção, produção e recuperação de produtos sensíveis ao meio ambiente.
Já sabemos que os consumidores preferem produtos ecologicamente e socialmente corretos, mas é fundamental criar um modelo de negócio que aplique em toda a conjuntura empresarial investimentos e ações ambientais, desde a fabricação e a produção de bens até as suas relações com clientes, fornecedores e funcionários. É preciso ir além do que se conhece pelos três R’s da sustentabilidade: reciclar, reutilizar e reduzir. Estamos falando em estabelecer a sustentabilidade como um dos valores da empresa.
É fundamental que essa discussão não se limite aos órgãos reguladores e organizações não governamentais. O crescimento da produção aumenta cada vez mais o consumo de recursos naturais no mundo globalizado, por isso as empresas precisam reconhecer a necessidade de evoluir o modelo de gestão, integrando os componentes do tripé do desenvolvimento sustentável (econômico, ambiental/ecológico e social).
Confira alguns benefícios do modelo para os negócios:
– Credibilidade;
– Posicionamento no mercado;
– Diferencial competitivo;
– Atração de consumidores alinhados aos valores da empresa;
– Economia no futuro;
– Empatia do público em geral.
Confira algumas dicas para começar a implementar o modelo:
– Invista em reciclagem e reaproveitamento de materiais;
– Economize água na produção;
– Elimine ou substitua produtos poluentes;
– Separe e destine o lixo adequadamente;
– Desenvolva ou contribua com programas que colaborem para a redução da degradação
ambiental;
– Reduza o uso de materiais não-biodegradáveis;
– Pense em formas de aumentar a durabilidade dos produtos.
Certificação
É aconselhável obter validação das ações verdes, a fim de construir uma reputação para a marca. Selos e certificados como a ISO 14.001 ou a LEED trazem credibilidade, evitando acusações de Greenwashing
(propaganda enganosa na área). Também é importante evitar o uso do marketing sustentável como
argumento de venda. Procure divulgar os projetos que apoia e convidar o consumidor a conhecer as
ações realizadas, construindo um relacionamento em vez de empurrar produtos.