“É com o maior prazer que dou a você, Zabka, minha medalha que para mim é um símbolo de luta, fé e busca de sonhos apesar dos tantos desafios” … “Espero que seja um símbolo da vida pela qual lutamos juntos.”
Maria Andrejczyk
Você provavelmente acompanhou pelas redes sociais ou assistiu na TV e, certamente, recebeu de alguém pelo WhatsApp a notícia sobre Maria Andrejczyk, atleta polonesa do lançamento de dardo que causou comoção ao leiloar a medalha de prata conquistada em Tóquio 2020 para financiar a operação de Miloszek Malysa, uma criança de oito meses com deficiência cardíaca.
O assunto que correu o mundo sob hashtags como #obemmultiplica merece ser analisado sob três perspectivas, no mínimo. A primeira é a pessoal. A jovem de 25 anos perdeu o ouro por pouco menos de dois metros para o chinês Liu Shiying, mas ganhou o mundo ao mostrar tamanha empatia e gratidão. A atleta, que venceu um osteossarcoma em 2018 (câncer que se forma nas células que compõem os ossos), trouxe à tona a importância dos valores humanos, do nosso papel social enquanto cidadãos que vivem em sociedade.
A segunda análise a ser feita é sob a perspectiva empresarial. A medalha de Andrejczyk foi arrematada pela rede de conveniência polonesa Zabka, que deu um lance mais alto do que o esperado, acima dos 330 mil euros (R$ 2.080 milhões) que Miloszek necessitava para a cirurgia, e ainda devolveu a medalha à atleta.
A rede praticou o chamado Marketing Social, que busca impacto na sociedade, impacto financeiro na organização e impacto no valor da causa. E o resultado foi ímpar: Malysa conseguiu a cirurgia, Andrejczyk conquistou o mundo e a empresa teve um retorno de mídia e de imagem muito maior do que o investimento feito no leilão. O Marketing Social, termo lançado por Philip Kotler e Gerald Zaltman, busca aumentar a adesão a uma ideia de sociedade, incentiva um olhar além dos próprios interesses – exatamente o que fez a rede polonesa.
A terceira perspectiva é a esportiva. O esporte proporciona inúmeros benefícios à sociedade, dentre os quais destaque para inclusão social, saúde e solidariedade. Impossível mencionar em um único texto as milhares de atitudes solidárias que já vimos no mundo dos esportes. Na Polônia, por exemplo, outro atleta (Piotr Malachowksi) também vendeu sua medalha de prata, conquistada na Rio 2016, para pagar a cirurgia ocular de um menino. Na ocasião, um bilionário pagou pela medalha e pela operação, segundo o Times de Londres.
Casos como este reforçam a importância de estimular a prática esportiva na população, uma vez que o esporte parece despertar o melhor do ser humano. E que possamos lotar cada vez mais nossos WhatsApp de notícias que representem o verdadeiro espírito esportivo e renovem a nossa esperança em um mundo melhor, onde pessoas e empresas caminhem sempre de mãos dadas. Gratidão (wdzięczność) ao povo polonês por este momento de reflexão!
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Reflexão poderosa