A mulher moderna carrega dentro de si a força de gerações. Uma força ancestral, moldada por séculos de silenciamento, submissão e sobrevivência. E é justamente nessa força que mora também a sua maior armadilha: a de tentar dar conta de tudo sozinha sem escutar as próprias necessidades.
Quando olhamos com profundidade para a relação da mulher com o dinheiro e com o trabalho, não estamos falando apenas de escolhas profissionais ou de metas financeiras. Estamos falando de padrões herdados, de repetições inconscientes, de dores não vistas e de crenças que muitas vezes não são suas, mas ainda assim dirigem suas atitudes no dia a dia.
Quantas mulheres ainda dependem emocional e financeiramente do marido, repetindo o que viram na infância, como suas mães fizeram? Outras decidiram fazer o oposto: se tornaram independentes a qualquer custo, muitas vezes pagando com a saúde, com a leveza, com a alegria.
Há quem tenha escolhido ou sido levada inconscientemente a cuidar exclusivamente da casa e dos filhos, mas por trás disso existe, em muitos casos, uma dor profunda: a crença de que não é boa o suficiente para prosperar profissionalmente ou de que precisa se anular para ser aceita e amada.
Também há aquelas que vivem divididas entre o trabalho e a maternidade, culpadas por não conseguirem estar presentes em tudo, entrando em ciclos de procrastinação e autossabotagem que impedem seu crescimento. Algumas decidiram não ter filhos, o que abre outras possibilidades – e também outros dilemas – sobre como ocupar seu tempo, seu corpo, seu espaço no mundo.
E temos as “super-heroínas”: mulheres que cuidam dos filhos, da casa, do trabalho, do emocional de todos ao redor… mas esquecem de si mesmas. Vivem anestesiadas, desconectadas da própria essência, sustentando uma imagem de força que muitas vezes é apenas uma armadura. Esquecem que a verdadeira coragem está em permitir ser vulnerável, em pedir ajuda, em dizer: “eu também preciso de cuidado.”
Mas ainda existem outros comportamentos que não podemos deixar de observar. Mulheres que se tornam workaholics para provar seu valor e acabam exaustas, doentes ou vazias emocionalmente. Mulheres que evitam o sucesso por medo de não serem mais amadas ou aceitas. Mulheres que sabotam seus próprios negócios por não acreditarem no próprio merecimento. Mulheres que vivem no piloto automático, dizendo “sim” para tudo, esquecendo que o verdadeiro poder está em aprender a dizer “não”.
E o dinheiro?
O dinheiro é um espelho. Ele revela, expande ou escancara o que está guardado lá no fundo. Há mulheres que o gastam compulsivamente, tentando preencher um vazio que não se cura com sapatos ou viagens. Outras o acumulam com medo do futuro, sem investir em si mesmas, como se estivessem esperando o pior acontecer.
Há as que vivem em modo sobrevivência: todos os meses estressadas, ansiosas, presas num looping de escassez. Outras não conseguem sair do vermelho porque, no fundo, acreditam que não merecem ter dinheiro – e se sentem culpadas quando têm.
E você? Como se relaciona com o dinheiro? O que ele representa para você? Segurança? Liberdade? Amor? Reconhecimento? Ou culpa, medo, e sobrecarga?
Está na hora de acordar.
Não se trata de romantizar a dificuldade. Nem de dizer que tudo se resolve com pensamento positivo. A vida é real, os boletos chegam, os filhos choram, o cansaço bate. Mas a vida também é um jogo e é preciso aprender a jogar. Jogar com estratégia, com consciência, com apoio.
Se está difícil sozinha, peça ajuda. Busque direção. Terapia, mentoria, redes de apoio. Transformação de verdade vem de dentro, mas se manifesta fora. Você precisa estar disposta a abrir espaço para o novo. Liberar as lealdades inconscientes, quebrar o ciclo da autossabotagem, aprender a se amar de verdade – inclusive nas escolhas profissionais e financeiras.
Porque quando você se respeita, o mundo te respeita. Quando você se valoriza, o dinheiro flui. Quando você se escuta, o propósito aparece. E quando você se permite, a vida responde. A mulher moderna não precisa escolher entre ser livre, ser mãe, ser profissional ou ser amada. Ela precisa apenas lembrar que pode ser tudo isso – mas não ao mesmo tempo, nem sozinha, nem se for para se perder de si mesma no processo.
A revolução começa quando você escolhe se priorizar.
Essa reflexão nasceu com muito carinho inspirado nas mulheres que vem fazendo o Workshop online: “Bendito Dinheiro”.
Com muito respeito e admiração por cada mulher que chega a mim.
Te abraço.