Imaginem o que é ter 440 municípios, dos 496 existentes, afetados por uma enchente devastadora que resultou em mais de 150 mortes e 650 mil pessoas desabrigadas! Imaginem perder seus pertences, sua casa, membros da sua família, e também o sentimento de segurança e estabilidade. Imaginem o risco de perder seu emprego, pois a empresa em que você trabalhava também foi afetada. Imaginem não ter onde conseguir alimento e água, pois os supermercados da sua cidade e das cidades vizinhas foram atingidos. Imaginem não ter onde dormir e nem para onde ir.
Não tinha como ignorar essa realidade ao escolher o tema do meu artigo deste mês. Sei que muito tem sido falado sobre isso, mas eu gostaria de destacar um ponto positivo nessa história triste: a solidariedade! O verdadeiro amor altruísta! A capacidade de organização, comunicação, mobilização e geração de resultados rápidos! Um exemplo do mais elevado espírito de verdadeira liderança! E como esta coluna é sobre Gestão sem Drama, vamos direto aos grandes ensinamentos que podemos tirar desse episódio.
Em momentos de crise, não são apenas as figuras de autoridade que se destacam. Vimos a liderança emergir de indivíduos comuns que, movidos pela empatia e pelo senso de responsabilidade, tomaram a iniciativa de agir:
Comunidades se Unindo
Vizinhos ajudando vizinhos, desconhecidos abrigando desabrigados, e comunidades inteiras trabalhando juntas para resgatar pessoas e animais. Esse tipo de mobilização mostra como a liderança pode ser distribuída e compartilhada, em vez de centralizada.
Voluntários e Organizações Não Governamentais
Diversas ONGs e grupos de voluntários rapidamente organizaram campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e itens de necessidade básica. A capacidade de coordenação e organização dessas entidades demonstrou uma liderança eficaz e inspiradora.
Empresas e Iniciativas Privadas
Muitas empresas se uniram para fornecer recursos e apoio logístico. Algumas transformaram suas operações para produzir itens de necessidade imediata ou disponibilizaram seus recursos para transporte e abrigo. Aqui, vemos um exemplo de responsabilidade social corporativa em ação, liderando pelo exemplo.
Vamos agora trazer essas lições para a prática de gestão:
- Pratique a Empatia Diariamente: Crie espaços para que seus colaboradores compartilhem suas preocupações e desafios. Ouça ativamente e ofereça suporte sempre que possível.
- Promova a Agilidade: Incentive uma cultura de inovação onde a adaptabilidade é valorizada. Permita que suas equipes experimentem novas abordagens e aprendam com os erros.
- Comunique-se de Forma Eficiente: Mantenha linhas de comunicação abertas e transparentes. Em tempos de crise, forneça atualizações frequentes e claras para evitar desinformação e pânico.
- Incentive a Colaboração: Crie oportunidades para que suas equipes trabalhem juntas em projetos. Reconheça e recompense os esforços colaborativos.
- Cultive a Resiliência: Ofereça treinamento e suporte para ajudar sua equipe a desenvolver habilidades de enfrentamento e resiliência. Promova um ambiente onde os desafios são vistos como oportunidades de crescimento.
A tragédia no Rio Grande do Sul é um poderoso lembrete de como a liderança pode emergir de todos os cantos da sociedade. Em tempos de crise, a verdadeira natureza da liderança se revela: é sobre empatia, agilidade, comunicação, colaboração e resiliência. Ao aplicar essas lições no nosso dia a dia de gestão, podemos nos tornar líderes melhores e mais eficazes, capazes de guiar nossas equipes através de qualquer desafio que surja no nosso caminho.
Liderança é mais do que apenas um título ou posição; é uma responsabilidade e uma oportunidade de fazer a diferença. Que possamos aprender com os exemplos inspiradores do Rio Grande do Sul e aplicar essas lições para construir um futuro mais forte e solidário para todos.