A “Granado Pharmácias”, empresa brasileira de cosméticos, medicamentos e perfumaria com mais de 150 anos de existência, é exemplo da associação da tradição com inovação. A começar pelo nome (no português antigo, escrevia-se “farmácia” com PH).
FUNDAÇÃO
Em 1870, o português José Antônio Coxito Granado fundou no Rio de Janeiro a “Botica de Barros Franco” (botica é o estabelecimento onde se preparam e/ou se vendem medicamentos; farmácia).
Seu fundador manipulava produtos com extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras que cultivava em seu sítio em Teresópolis. Ele também importava produtos da Europa e adaptava as fórmulas para as necessidades dos brasileiros.
Logo a botica adquiriu fama e tornou-se a fornecedora oficial da Corte. Em 1880, D. Pedro II conferiu à Granado o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira.
Suas marcas mais famosas eram o polvilho antisséptico e sabonetes de glicerina 100% natural.
VENDA DA GRANADO
Em 1994, o bisneto do fundador quis desfazer-se da empresa e contratou o inglês Christopher Freeman para vendê-la. Freeeman percebeu que a Granado tinha bom nome no mercado, clientes fiéis e produtos com boa aceitação. Percebeu ainda que a empresa não recebia investimentos havia tempo.
Depois de análise minuciosa, ele decidiu adquirir a Granado e aproveitou a oportunidade que lhe surgiu.
EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS
Em 2004, a Granado adquiriu a marca Phebo, fundada em 1930 e do ramo de sabonetes de glicerina. Com essa aquisição, além da fábrica no Rio, a Granado passou a ter a fábrica de Belém do Pará, que passou a fabricar também os sabonetes Granado.
A Phebo vendia R$ 36 milhões em 1998; hoje vende R$ 400 milhões.
Em outubro de 2016, a Granado fechou a venda de 35% das ações para a espanhola Puig, dona das marcas Carolina Herrera e Paco Rabanne. Assim, a Granado entrou no mercado de perfumes sustentada pelo know-how da Puig.
O setor de perfumes representa hoje um quarto das vendas da empresa.
INOVAÇÃO E TRADIÇÃO
A Granado cresceu e se expandiu mantendo o acervo tradicional da “Botica”, que foi bem conservado pela família Granado durante o período em que as três gerações administraram a marca.
A Granado passou por inovações que obtiveram êxito junto do consumidor. Expandiu o cardápio de produtos. Hoje vende latinhas decoradas de sabonetes, cremes, velas aromáticas e perfumes. As latas decoradas de sabonetes tornaram excelente sugestão para presentes.
A empresa passou a produzir itens para pets.
A Granado está presente em outros países. Tem lojas em Lisboa, Paris e Londres e website que atende a todo o território europeu e os Estados Unidos.
Segundo a direção da empresa, as inovações não foram implantadas de um momento para o outro. Elas foram implantadas gradativamente, após minuciosa análise de mercado e após descoberta de nichos que poderia explorar para depois expandir-se. Tudo isso sem perder a solidez de sua posição alcançada junto de seu público fiel.
As iniciativas – bem pensadas, bem planejadas e bem organizadas – foram se consolidando aos poucos à medida que geravam bons resultados.