O FATO
No dia 15 de abril, o Bispo Mar Mari Emmanuel, da Igreja Assíria do Oriente, celebrava missa na igreja Cristo Bom Pastor em Sidney, Austrália, quando um homem subiu ao altar e o esfaqueou na cabeça e na parte superior do corpo.
Fiéis correram para ajudar o bispo e para conter o agressor, que atingiu também alguns deles. Nem o bispo e nem os fiéis feridos correm risco de morte.
A polícia não divulgou a motivação do crime.
Como a missa era transmitida ao vivo, as imagens da agressão se espalharam pelas redes sociais, até que um juiz australiano determinou às mídias sociais bloquear o acesso das imagens aos usuários.
O X, antigo Twitter, bloqueou as publicações na Austrália, enquanto aguarda sentença do caso, mas deixou-o disponível em outros países.
A Austrália conta com “eSafetyCommissioner” (órgão regulador independente para segurança online, censor com nome pomposo), que se define como o órgão educador dos australianos sobre os riscos de segurança online e que ajuda a remover conteúdos nocivos, como cyberbullying de crianças, abuso cibernético de adultos e imagens ou vídeos íntimos partilhados sem consentimento.
A Comissão eSafety solicitou ao Tribunal da Austrália a proibição global do vídeo. Atendendo ao pedido da comissão, o juiz Geoffrey Kennet manteve a proibição do vídeo.
Elon Musk, dono do X, antigo Twitter, acusou a Austrália de censura.
O X havia bloqueado o vídeo na Austrália enquanto aguarda o resultado da apelação.
VERSÕES E ARGUMENTOS EM FAVOR DA PROIBIÇÃO DO VÍDEO
Além de conter imagens fortes e agressivas, o vídeo pode incitar ao cometimento de crimes semelhantes.
O vídeo tem imagens explícitas e violentas e não deve ser visto pelas redes sociais.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, criticou o X, dizendo que outras plataformas haviam cumprido a ordem de proibir o vídeo e apenas o X se recusava a cumpri-la.
O primeiro-ministro disse ainda que “as postagens, a desinformação e a disseminação de imagens violentas exacerbam o sofrimento do esfaqueamento na igreja e de outro ataque, também a facadas, ocorrido dias antes num shopping de Sidney, que ocasionou a morte de 6 pessoas”.
VERSÕES E ARGUMENTOS EM FAVOR DA LIBERAÇÃO DO VÍDEO
A proibição da publicação de um vídeo é censura prévia.
A agência “eSafetyCommissioner” não é dona da verdade para dizer o que pode e o que não pode ser bloqueado e o que pode ou não pode ser publicado nas redes sociais. Ao colocarem a liberdade de escolha nas mãos e na opinião da agência, as pessoas estão a terceirizar a sua liberdade e, consequentemente, a restringi-la.
Todas as pessoas têm o livre arbítrio e o livre discernimento para assistir ou não ao vídeo. Para assistir-lhe, o vídeo tem que estar circulando nas redes sociais. Se alguém se chocar com o vídeo ou não desejar assistir-lhe, simplesmente o deleta.
Um juiz australiano tem a sua área de jurisdição na Austrália e não pode pretender estendê-la sobre todas as pessoas do mundo.
Sobre a crítica feita pelo primeiro-ministro, no sentido de que outras plataformas haviam acatado a ordem, Elon Musk declarou que o X é a única plataforma verdadeira que defende a liberdade de expressão e que as demais aceitam submeter-se à censura.
O advogado do órgão regulador, Christopher Tran, declarou que a circulação do vídeo causaria “danos irreparáveis”, mas não especificou os danos, não justificou por que ocorreriam e não citou a base científica de sua afirmação.
O X cumpriu a diretriz emanada da justiça australiana de proibir o vídeo na Austrália, mas afirmou que a acatou enquanto aguarda a contestação legal. Reforçou que a justiça australiana e a agência de segurança online não têm autoridade para ditar o que os usuários do X de todo o mundo podem ou não ver.
SUA OPINIÃO
Você até poderá deduzir outras versões e outros argumentos do fato além dos apresentados. Diante de todos eles, qual a sua opinião?
A favor da proibição do vídeo na Austrália?
A favor da proibição da publicação do vídeo em todo o mundo?
A favor da liberação do vídeo nas redes sociais?
2 Comentários
O problema é quando você não confia mais na intenção das autoridades. Sempre penso que de uma certa forma, quanto mais se noticia violência, mais ela é banalizada. Mas será que estão pensando nisso, ou estão tentando esconder uma intolerância religiosa que está avançando cada vez mais, para no futuro determinar o fim das religiões já que elas causam discordância?
Sou a favor da liberação do vídeo. Caso ele seja ofensivo e imoral segundo nossa tradição e cultura judaico cristã, teremos o recurso da lei para sanciona-lo.