CARL HEINRICH BLOCH
Carl Heinrich Bloch (1834 – 1890), pintor dinamarquês, estudou na Academia Real Dinamarquesa de Arte (Det Kongelige Danske Kunstakademi).
Os pais de Bloch queriam que o filho tivesse uma profissão respeitável e fosse oficial da Marinha. Mas o único interesse de Carl era desenhar e pintar, e ele realizou o sonho de se tornar artista.
Ele estudou arte na Itália e na Holanda, onde se familiarizou com a obra de Rembrandt. Seus primeiros trabalhos mostram cenas rurais da vida quotidiana.
De 1859 a 1866, Bloch morou na Itália e desenvolveu o estilo histórico. Carl obteve sucesso com 23 pinturas religiosas encomendadas para a Capela no Palácio de Frederiksborg.
EM UMA OSTERIA ROMANA
O quadro “Em uma osteria romana”, de 1896, que está exposta na National Gallery of Denmark, Copenhagen, Dinamarca, é intrigante. A cena, flagrada em osteria (taberna) romana, parece contar uma história e parece comunicar-se com o observador.
A pintura fascinante, que retrata a vida cotidiana em Roma, capta a atenção do espectador pela riqueza de detalhes e pelas possíveis interpretações que enseja.
O quadro é vivo e retratado com cores vivas. As expressões são firmes; os olhares, profundos e expressivos.
A MESA DA FRENTE
A impressão que dá é que os três comensais da mesa mais à frente foram interrompidos. Por quem? Alguém conhecido? Cliente do restaurante? Um belo homem que se aproximou da mesa?

As duas mulheres estão sorrindo discretamente, parece que gostaram da pessoa que as interrompeu e de certa maneira parecem encabuladas; talvez por algo que o estranho lhes disse. Ou as mulheres olham para o homem com malícia e provocação?
Já o homem parece que não gostou do que ouviu, talvez elogios à beleza das moças. Ou não gostou do que nem de quem viu. O homem da mesa olha para quem chegou com olhar severo, cenho franzido, de reprovação ou ameaça. Ele segura o garfo com raiva, como se fosse avançar sobre a pessoa que chegou para cravar-lhe o garfo.

Até o gato ao lado da mesa também observa atentamente a pessoa que se aproxima. O olhar do gato é marcante.
O OBSERVADOR
Só que, no lugar da pessoa que chegou, estamos nós, os observadores da pintura. Todos na mesa estão olhando para você e julgando você, observador. Até o gato.
Estarão as mulheres fofocando sobre você? Julgando você? Criticando você? A mulher com o pano na cabeça até tenta disfarçar sorriso malicioso. O gato também olha firmemente para você.
O homem continua com o olhar de raiva, animosidade ou ciúmes, a lhe dizer que você não está bem e não é bem-vinda.
A MESA DO FUNDO
Os três personagens do fundo não se importam com a chegada do intruso; mantêm a conversação ou continuam a negociar. Eles não desviaram o olhar e nem a atenção.

O homem de costas para o observador é o próprio pintor. O comerciante Moritz G. Melchior, amigo e mecenas de Bloch que lhe encomendou o quadro, também faz parte do trio.
DETALHES DA OBRA
Carl tinha grande habilidade para retratar objetos, detalhes e roupas com impressionante realismo.
O olhar do gato.

O olhar debochado da moça com pano na cabeça. Olhar de malícia? De inveja? De reprovação? De mal disfarçado constrangimento? De fofoca?
Moscas sobre a mesa. Mosca voando sobre a jarra de vinho. Mosca pousada na jarra de vinho.
À mesa, pão, vinho e repolho.
ASPECTOS POUCO CONHECIDOS
Há aspectos pouco conhecidos sobre a pintura e que ainda são debatidos. Acredita-se que Bloch utilizou amigos e familiares como modelos para as figuras.
Também se diz que o artista trabalhou na pintura durante vários anos, a fim de aperfeiçoar os detalhes e garantir que a cena fosse a mais realista possível. Além disso, há aspectos pouco conhecidos sobre a pintura que a tornam ainda mais interessante. Por exemplo, acredita-se que Bloch utilizou seus amigos e familiares como modelos para as figuras em a pintura. Também se diz que o artista trabalhou em a pintura durante vários anos, aperfeiçoando cada detalhe e garantindo que a cena fosse o mais realista possível.