Diego Saldanha, paranaense, 37 anos, nasceu, cresceu e vive até hoje no município de Colombo, região metropolitana de Curitiba, que tem perto de 250 mil habitantes. A cidade oferece turismo rural, é rica geograficamente e possui belas paisagens.
Ao longo de sua vida, Diego Saldanha acompanhou a crescente poluição do Rio Atuba, que passa ao lado de sua casa em Colombo e onde costumava nadar, pescar e brincar quando criança e adolescente.
A poluição mudou as feições do rio. De claras e cristalinas, as águas tornaram-se sujas e turvas. As águas, que corriam límpidas, passaram a trazer plástico, garrafas, madeira e outros tipos de lixo.
Triste com a transformação que viu no “seu” rio, Diego Saldanha decidiu agir para ajudar na despoluição do rio que fez e faz parte de sua vida. Por conta própria, em 2007 criou um projeto para retirar parte do lixo descartado no rio.
Ainda que não conseguisse retirar todo o lixo do rio, retiraria o que fosse possível e, assim, faria o que lhe fosse possível e contribuiria com sua parte.
Saldanha estudou formas de despoluir o rio. Encontrou uma solução simples e barata, que ele conseguiria realizar sozinho.
Ele construiu uma barreira de garrafas pet para segurar o resíduo sólido que desce pelo rio. Retido o lixo, ele mesmo retiraria os dejetos do Rio Atuba.
Desde que instalou a barreira, Saldanha calcula que retirou em torno de 20 toneladas de lixo das águas do rio, tendo ajudado a melhorar a qualidade da água do Rio Atuba.
Evidentemente a inciativa de Saldanha não resolve completamente o problema da poluição do Rio Atuba, mas apresenta resultado positivo e torna-se exemplo para a sociedade.
Em 2022, Diego Saldanha venceu a 13ª edição do Prêmio Hugo Werneck na categoria melhor exemplo de iniciativa individual.
O “Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza” foi criado em 2010 em homenagem ao ambientalista mineiro Hugo Werneck (1919-2008). Um dos precursores da consciência ecológica na América Latina, Hugo Werneck foi o fundador do Centro para a Conservação da Natureza e defensor da criação de importantes áreas verdes no Estado de Minas Gerais.
A premiação visa reconhecer e divulgar ações, projetos e cases e destacar pessoas, empresas e instituições que se dediquem à defesa do planeta.
Humilde, Diego Saldanha trabalhava vendendo frutas nas ruas e, em razão de seu trabalho e de sua dedicação à Natureza, tornou-se referência no ramo de sustentabilidade, como bem atesta o prêmio com que foi agraciado.
Saldanha dedica-se a seu projeto batizado de “Eco Barreira Rio Atuba”, tornou-se palestrante e recebe mensagens pelas redes sociais consultando sobre seu projeto.
Saldanha declarou ao jornal O Estado de São Paulo que “não esperava alcançar a repercussão que alcançou”.
Natural que seu trabalho obtivesse boa repercussão, pois a sociedade, anestesiada por inutilidades como o BBB e por notícias negativas, está carente de bons exemplos e de lições de cidadania, como os dados por Diego Saldanha.