O jornal O Globo publicou o resultado de pesquisa Hologic Global Women’s Health Index (Indicador Global da Saúde da Mulher, em tradução livre), feita pela empresa americana Hologic em parceria com a Gallup, empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos.
A pesquisa avaliou 127 mil mulheres e homens em 122 países.
Os indicadores da pesquisa indicam que a saúde da mulher em 2021 piorou em todo o planeta em relação a 2020. 12% das entrevistadas disseram-se mais estressadas, preocupadas, irritadas e tristes.
A pontuação máxima da pesquisa era 100 pontos, que demonstraria bom estado de saúde. A pontuação mais alta – 70 pontos – foi obtida pelas mulheres de Taiwan. As mulheres do Brasil alcançaram apenas 44 pontos, e o Brasil ficou na 104ª posição.
As participantes responderam questões sobre cinco áreas: cuidado preventivo; saúde emocional e individual; acesso a serviços de saúde; sensação de segurança para circular; e necessidades básicas.
O bem-estar das mulheres piorou no segundo ano da pandemia.
Como o fenômeno da insatisfação e do estresse das mulheres foi global em 2021, pode-se deduzir que a pandemia influiu decisivamente no mal-estar sentido.
Medo da contaminação pela doença e medo do desconhecido (até hoje, o COVID-19 não está bem esclarecido em termos de origens, efeitos da doença e sequelas) pesaram no estresse. Teria sido mais fácil enfrentar um tiranossauro-rex, que se vê e se percebe sua aproximação que enfrentar o inimigo invisível do mundo viral.
Com a doença, sobreveio o medo da morte. As emissoras noticiavam o número de mortes quase que prazerosamente, como forma de manter a audiência cativa e sem considerar o dano que causavam às pessoas. Mas a morte não estava distante, apenas com famosos; estava ao lado, em razão da morte de amigos, vizinhos, parentes e conhecidos.
O famigerado “fique em casa”, sem saber se quem batia à porta era alguém contaminado ou não.
As incertezas com o emprego, com o futuro, com a educação dos filhos, com a renda da família. Incerteza até sobre quando e como tudo aquilo terminaria.
Isso tudo é passado; lembranças do tempo ruim que passou e que inegavelmente deixou sequelas, físicas ou emocionais.
Sim, a pandemia causou grande mal. Mas o estresse que a pandemia gerou não está nela; o estresse que a pandemia causou está em nós mesmos. A pandemia está passando; quase passou completamente. Cabe a nós agora curar o estresse que ela nos possa ter deixado.
23 de setembro é a data dedicada ao combate ao estresse.
Gradativamente, o mundo volta ao normal e os motivos do estresse ficaram para trás.
Agora é tempo de curar as feridas, de considerar a pandemia e o estresse dela decorrente como ensinamentos e como lições para que todas possamos voltar a viver a vida com maior força. Estejamos reforçadas em força, em confiança e em vontade de prosseguir.
As tempestades e a ventania fazem com que o carvalho aprofunde as raízes na terra.