A Organização Meteorológica Mundial (OMM) é o organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) para acompanhar o clima, o tempo e ciências afins. A OMM divulgou relatório indicando que o período 2023 – 2027 tem 98% de chance de ser o mais quente já registrado.
Os motivos para a previsão são basicamente dois.
O primeiro é o surgimento do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, o que traz reflexo para todo o mundo. El Niño foi captado por satélites do Programa Europeu Copernicus. Ele reveza com La Niña, fenômeno climático oposto que resfria as águas do Pacífico, faz baixar a temperatura mundial e se encerrou em abril.
O segundo motivo para a previsão são as emissões de gases de efeito estufa, que impedem que o calor da superfície terrestre se dissipe pelo espaço.
Em 2015, os países aprovaram o Acordo de Paris, por meio do qual os líderes mundiais se comprometeram a adotar medidas para restringir a emissão de gases que atuam como estufa a fim de tentar impedir a elevação da temperatura do planeta. Nenhum país atuou firmemente para diminuir a poluição e/ou a emissão de gases, porque nenhum deles se empenhou a fundo para diminuir a produção industrial ou limitar a circulação de veículos. Essas medidas afetariam a economia do país.
O problema vai sendo empurrado com a barriga para as gerações futuras, porque o progresso feito para restringir a emissão de gases ou, pelo menos, para diminuir o ritmo da elevação da temperatura global foi insuficiente.
As medidas de temperatura têm por base o clima do período pré-industrial. Junto com o progresso, as indústrias e a grande movimentação de veículos trouxeram o aumento da temperatura da Terra.
A notícia boa, extraída do relatório da OMM, é que o aumento da temperatura nos próximos quatro anos pode ser transitório. Há a chance de 66% do aumento de 1,5°C em relação ao período pré-industrial em pelo menos um dos próximos cinco anos.
O planeta não ultrapassará 1,5°C de temperatura média em relação à temperatura pré-industrial todos os anos no futuro, mas a frequência com que isso acontecerá será cada vez mais frequente.
Em 2022, a temperatura média global foi 1,15°C acima da média do período 1850-1900, o que demonstra que as temperaturas médias globais estão aumentando, e o planeta terá, nos próximos anos, clima mais quente que aquele com o qual está acostumado.
As consequências do aumento da temperatura são o aquecimento e acidificação dos oceanos, o derretimento do gelo marinho e das geleiras, a elevação do nível do mar e condições climáticas mais extremas.