Por Simone Hillbrecht
“Se um belo dia você me encontrar pelo caminho, não me venha cobrar que eu seja o que você imagina que eu deveria continuar sendo. Se o passado me crucifica, o futuro já me dará beijinhos. Enquanto isso, sigo sendo uma septuagenária bem vivida, bem experimentada, bem amada, careta, feliz e… bonitinha”. (Trecho do livro: Rita Lee: uma autobiografia, 2016.)
“Sexo é escolha, amor é sorte.” (“Amor e sexo”, 2003.)
“Gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu.” (Via Twitter, 2013.)
“A dor mostra quem a gente realmente é. Eu sou uma viadona.” (Via Twitter, 2016)
“Meu único defeito é não ter medo de fazer o que gosto.” (“Papai me empresta o carro”, 1979.)
“Eu não sou louca! Estou emocionalmente desequilibrada. Viver é perigoso.” (Via Twitter em 2011.)
“Toda mulher quer ser amada. Toda mulher quer ser feliz.” (“Todas as mulheres do mundo”, 1993.)
“Sei que ainda há quem me veja malucona, doidona, porra-louca, maconheira, droguística, alcoólatra e lisérgica … Confesso que vivi essas e outras tantas, mas não faço a ex-vedete-neo-religiosa, apenas encontrei um barato ainda maior: a mutante virou meditante.” (Em sua primeira autobiografia, lançada em 2016.)
“Você nem imaginam a dimensão do quanto estou pouco me fodendo para o que dizem. A vida é curta, e eu grossa”. (Via Twitter, 2023.)
“Atrás do meu sorriso existe tudo o que você nunca vai entender. Nāo critique o que você não entende. Você sabe meu nome, mas não minha história.” (Rita Lee)
“E eu lá sou mulher de fazer back up? Perdi tudo, foda-se eu”. (Via Twitter em 2016.)

“O amor nos torna patéticos.” (“Amor e sexo”, 2003.)
“Você não precisa me entender, basta me amar. Se não me amar basta me aceitar. Se não me aceitar dá unfollow e não se fala mais nisso.” (Via Twitter.)
“Eu sinto prazer de ser quem eu sou, de estar onde estou.” (“Agora só falta você”, 1975.)
“Se for para reencarnar novamente aqui na Terra, vou querer ser mulher, caso contrário vou nascer hermafrodita.” (Em entrevista a Guilherme Samora para a capa digital da “Rolling Stone Brasil”.)
“Já disse e repito: não me levem a sério. Sou falsa, manipuladora, mentirosa e fdp. Escrevo o que vem na cabeça, só futilidades”. (No Twitter, em 2011.)
“Dizem que sou louca por pensar assim… Mas louco é quem me diz, e não é feliz. Não é feliz.” (“Balada do louco”, 1972.)
“Adoro passeios longos. Principalmente de gente que eu quero ver longe, longe a perder de vista, e se morrer por lá avisem para eu comemorar.” (Rita Lee)
“Não quero luxo, nem lixo, quero saúde pra gozar no final. ” (“Nem luxo, nem lixo”, 1980.)
“Enquanto o tempo vai passando, eu fico loucamente séria. Quem me dera ser e não ser.” (“Zona Zen”, 1988.)
“Você nāo deveria temer a morte mais do que se envergonhar da vida medíocre que leva.” (Rita Lee)
“Sabe, alguém quando parte, é porque outro alguém vai chegar. Num raio de lua, na esquina, no vento ou no mar. Pra quê querer ensinar a vida? Pra quê sofrer?” (“Cartão Postal”, do álbum “Fruto Proibido”, 1975.)
“Gosto mais de ‘padroeira da liberdade’ do que ‘rainha do rock’, que acho um tanto cafona.” (Entrevista para a Rolling Stone.)
Crédito da foto: Instagram/ @ritalee_oficial
“Se por acaso morrer do coração é sinal que amei demais.” (“Saúde”, 1981.)
“O envelhecer para mim foi uma surpresa, porque eu nunca fui velha na vida”. (Em entrevista concedida pela internet a Renata Ceribelli, 2020.)
“Fiquei com vontade de viver minha velhice afastada dos palcos.” (Entrevista para o Fantástico, 2020.)
“Mulheres têm a idade que merecem, homens serão sempre crianças. (…) É um tal de política destruindo a liberdade, de medicina destruindo a saúde, de jornalismo destruindo a informação, de advogados e policiais destruindo a justiça, de universidades destruindo o conhecimento, de religiões destruindo a espiritualidade. Confie em Deus, mas tranque o carro. (…) O pior inimigo da criatividade é o bom-senso, mudar, mudar, mudar, nem que seja para pior. Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo.” (Em sua autobiografia publicada em 2016)
“Essa coisa de envelhecer é uma feitiçaria feminina, assim como a menstruação. O envelhecimento, para a mulher, é muito louco”.(Programa “Saia Justa”, GNT)
“A gente fica com poderes, a gente fica mais atenta à sutileza do invisível, do espiritual falando com você. Nessa balbúrdia que está o mundo, você mal escuta a sutileza do sopro do anjo, da luz… Quando jovem, você tem aquele vulcão em erupção, fazendo música, trepando. Quando o vulcão do velho entra em erupção, a minha velha ficou com vontade de ler mais, de aprender, de pintar… Você troca a libido pela ‘mortido’ – e no bom sentido! Você não quer mais trepar, já trepou a vida inteira! Quero coisas que eu não sei. ”(Saia Justa, GNT.)
“Tem duas maneiras de você envelhecer. Ou você segue o caminho das peruas, ou das Feiticeiras. A perua persegue a fonte da juventude, seu maior inimigo é o tempo. Já as Feiticeiras, o maior aliado delas é o tempo.” (Rita Lee)
“Desconfio de revivals, parece um bando de velhinhos espertos tentando descolar grana para pagar seus geriatras”. (Para a revista Veja em 2006, sobre um possível retorno de Os Mutantes.)
“Acho um saco quando seus colegas me perguntam porque dou entrevistas por e-mail… Essa coisa cara a cara é uma intimidade que eu não dou mais. Já dei bastante, e hoje não posso dispensar as modernidades que facilitam nossas vidas”. (Entrevista para a Folha de S.Paulo, em 2005.)
“Porque nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda, meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem.” (“Pagu”, 2000.)
“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you, Lord, finally sedated’. Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa. (Rita Lee em sua autobiografia publicada em 2016.)
“A sorte de ter sido eu, de ter sido quem eu sou, de estar onde estou, não é nada , se comparada ao meu maior ‘Gol’. Sim, acho que fiz um monte de gente feliz.” (Em entrevista para o Conversas Com Bial, 2017, quando tinha 64 anos.)

Rita Lee Jones (31 de Dezembro de 1947 – 08 de Maio de 2023)
Rest in Power, Rita Lee.
Siga na luz!