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A iraniana Narges Mohammadi, foi contemplada com o Prêmio Nobel da Paz 2023, em razão de sua “luta contra a opressão das mulheres no Irã e de promover os direitos humanos e a liberdade”.
Narges Mohammadi, 51 anos, graduou-se em física na Imam Khomeini International University e tornou-se engenheira profissional. Durante a carreira universitária, escreveu artigos de apoio aos direitos das mulheres no jornal estudantil e foi presa em duas reuniões. Ela também era ativa em um grupo de alpinismo, mas devido a suas atividades políticas, foi proibida de participar de escaladas.
Mohammadi passou a trabalhar como jornalista para vários jornais reformistas e publicou um livro de ensaios políticos intitulado “As reformas, a estratégia e as táticas”.
Tornou-se vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, presidido por outra iraniana, Shirin Ebadi, também laureada com o Prêmio Nobel da Paz.
Narges Mohammadi é a 19ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda iraniana. Ela não deverá receber o prêmio porque cumpre pena de 10 anos na prisão de Evin, no Irã.
Nos últimos 30 anos, Mohammadi foi presa, foi privada de sua carreira de engenheira, da liberdade e do convívio com sua família. Faz mais de um ano que ela ouviu a voz de seus filhos gêmeos, que vivem na França com o pai, Taghi Rahmani, também ativista e escritor. Faz mais de 8 anos que ela abraçou os filhos.
Ela foi presa três vezes pelo trabalho de defensora dos direitos humanos das mulheres no Irã. As organizações de segurança iranianas tentaram silenciar Mohammad na prisão, cortando as chamadas telefônicas, impedindo as reuniões semanais com a família e abrindo novos processos contra ela, que ampliaram a sua sentença na prisão.
Seu objetivo de combater a tirania religiosa, que levou à repressão das mulheres iranianas, mantém-se inalterado e tem contagiado outras mulheres.
De se admirar a determinação, a força e a fé de Narges Mohammadi. A violência contra as mulheres, as sucessivas prisões, o afastamento da família e dos filhos, as barbaridades contra mulheres que presenciou na prisão, nada disso abateu o seu ânimo e nem minou suas convicções.
O valor moral e a determinação de lutar por seus ideais enaltecem o valor de Narges Mohammadi como mulher guerreira e, ao mesmo tempo, destacam a pequenez e a mediocridade de pessoas que fogem da luta ou trocam de lado por dinheiro, por cargos ou por promoção pessoal.
Narges Mohammadi, símbolo da luta pelas mulheres e das mulheres, merece o Prêmio Nobel da Paz.
