A história da indústria dos produtos Forno de Minas bem demonstra a importância da qualidade.
Assim como Popeye tem o espinafre, o mineiro tem o queijo e o pão de queijo. Resolvi contar a história do Forno de Minas, até para destacar o valor da qualidade dos produtos.
Fundação do Forno de Minas
A Senhora Maria Dalva Couto Mendonça e seus dois filhos fundaram o Forno de Minas em 1990, sendo a primeira empresa a vender pão de queijo congelado. 35 anos depois, a marca está presente em 90% dos supermercados do país.
Dona Dalva cresceu fazendo broas, roscas e pães com ingredientes artesanais. Como trabalhava fora, ela precisou congelar as receitas para os filhos comerem durante o dia. O cuidado com os filhos deu a Dona Dalva o know how para ser a primeira a vender pão de queijo congelado.
Em 1990, com o apoio do filho, ela comprou um restaurante para produzir as guloseimas em escala.
Os produtos agradaram em cheio e, em apenas um ano, a produção saltou de 90 Kg para 1.200 Kg por dia.
Segundo ela, a alma das delícias que a Forno de Minas produz está no queijo. Para garantir o sabor de seus produtos, em 1995 a família arrendou um laticínio para produzir o próprio queijo.
Em 1999, a Forno de Minas liderava o mercado nacional com a produção de 1,6 mil toneladas de pão de queijo.
Perda de qualidade
Em 1999, a norte-americana Pillsbury comprou a Forno de Minas por R$ 80 milhões e expandiu a empresa no Brasil. Mas a mudança trouxe sérios problemas para a marca Forno de Minas.
A nova gestão cortou custos e, por medida de economia, alterou a receita do pão de queijo, fazendo com que o produto perdesse qualidade e, consequentemente, público.
As vendas despencaram, e a General Mills, que havia assumido o controle da Pillsbury, decidiu encerrar as operações do Forno de Minas no Brasil em 2009, apenas 10 anos após a aquisição.
Americano não entende de pão de queijo, ainda mais tentando alterar a receita do produto para economizar e obter maior lucro. A perda da qualidade ocasionou a queda vertiginosa das vendas.
Recompra
Com a desistência de operar no Brasil, Dona Dalva e seus filhos fizeram proposta à General Mills e readquiriram a empresa, pagando menos de 20% do que haviam pago em 1999.
A Forno de Minas voltou às mãos de seus fundadores, com seu conhecimento, sua expertise e a defesa intransigente da qualidade de seus produtos. A Forno de Minas se reergueu, recuperou a imagem, diversificou seus produtos e passou a vender folhados, empanados e waffles.
A marca reconquistou clientes ávidos pela qualidade e cativou novos clientes. Passou a exportar para os Estados Unidos, Portugal e Japão.
Importância da qualidade
Heinz Rahnan afirmou que “o gosto amargo da baixa qualidade dura bem mais que a doçura do preço inferior”.
Baixa qualidade ainda faz perder clientes e faz fechar empresas.