A Dica Cultural desta semana faz justiça a um grande aliado de todos nós, produtores de conteúdo. Conheça um pouquinho da história do dicionário, que nas edições brasileiras chega a contar com 400 mil palavras.
Dicionário
Diccionario, no eres
Tumba, sepulcro, féretro,
Túmulo, mausoleo,
Sino rpeservacio,
Fuego escondido,
Plantación de rubíes
Perpetuidad viviente
De la esencia,
Granero del idioma.
Oda al Diccionario [PABLO NERUDA]
Você já parou para pensar na utilidade e na necessidade dos dicionários? Simplesmente não há como ler e nem escrever sem consultá-los. Como e quando terá surgido a ideia de ordenar as palavras e explicar seu significado? E de fazer dicionários bilíngues, que facilitassem o entendimento de outros idiomas? Eis o resumo da história dos dicionários, até para homenagear tão caro e silencioso companheiro de escrita e de leitura.
Grande injustiça, com a qual não há como conformar-se, de chamar pejorativamente o dicionário de “pai dos burros”. Primeiro porque, assim sendo, ele é pai de todos nós; não há pessoa alfabetizada que nunca tenha recorrido ao dicionário. Segundo, porque o dicionário é fonte útil de conhecimentos; talvez seja o livro de maior importância nas bibliotecas.
A necessidade de atender a diversas áreas de conhecimento fez com que surgissem dicionários próprios de áreas específicas e até com finalidades didáticas diferentes, de acordo com seu objetivo: etimológicos: de sinônimos e antônimos, analógicos, temáticos (Dicionário Jurídico; Dicionário de Comunicação; de Astronomia e Astronáutica; de abreviaturas; e outros).
A curiosidade do ser humano e a busca do conhecimento vêm de longe; certamente impulsionaram-no a buscar a vida fora das cavernas. O interesse em catalogar palavras e ter o seu significado começou na antiga Mesopotâmia, por volta de 2.600 a. C., quando os habitantes gravaram numa lasca de pedra algumas palavras que lhes chamaram a atenção. Este pode ser considerado o primeiro dicionário da humanidade.
No Século II ou III a. C., os gregos criaram os “lexicons”, para catalogar o uso das palavras da língua grega.
Muito tempo depois, somente em 1502, época do Renascimento, o italiano Ambrogio Calepino fez o “Dictionarum Interpretamenta”. Em 1565, o inglês Thomas Cooper fez o “Thesaurus Linguae Romanae et Britannicae”.
O advento da imprensa, no Século 15, possibilitou a difusão de novos dicionários. O estilo de dicionário que usamos atualmente foi incorporado no Renascimento e tinha o objetivo de traduzir as línguas clássicas para as modernas, tendo o interesse maior na tradução da Bíblia.
Mais tarde, surgiram o “Cavarrubias”, na Espanha, e o “Caldas Aulete”, em Portugal.
O Dicionário Aurélio surgiu no Brasil em 1975 e vendeu mais de um milhão de exemplares até 1987, quando foi lançada a segunda edição. A edição de 1987 continha cerca de 115.000 vocábulos. Estima-se que o português falado no Brasil possui cerca de 400 mil palavras. Mais recentemente, em 2001, surgiu o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, que tinha perto de 230.000 palavras.
Não há consenso e nem informação precisa sobre o número de palavras da língua portuguesa. A língua é dinâmica e sempre estão a surgir novos vocábulos, novos regionalismos e novas palavras decorrentes da evolução tecnológica. O dicionário Houaiss, em formato digital, lista atualmente cerca de 400 mil palavras. Segundo a estimativa da professora Ieda Alves, se levar em consideração as palavras técnicas e científicas o número de vocábulos na língua portuguesa gira em torno de 600 mil palavras.
Como saber o significado de tantas palavras, ou mesmo de grande parte delas, sem o auxílio do dicionário?
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3 Comentários
Adorei ler sobre o livro A elegância do ouriço.
Muito gostosa a forma como descreve , sendo assim vou comprar pra ler o mais rápido possível!!! Muito obrigada!!!
Sobre o Dicionario: este foi um livro a que me aficcionei desde meu engatinhar na leitura. Não sei ler sem um deles ao alcance da mão e dos olhos. Tenho-os em várias línguas para atender meu porque de leituras. Leo bastante no Kindle e um dos pontos positivos desse revirso digital é ter dicionarios advogados, o que facilita em muito…
Interessantíssimo.