No dia 1º de junho deste ano, o PORTALIMULHER publicou matéria sob o título “Críticas improcedentes ao Brasil”, na qual cita que a Alemanha destruirá floresta de 12.000 anos para explorar carvão mineral e que a Alemanha, juntamente com a França e os estados Unidos, são os países que mais criticam o Brasil por conta de desmatamento ou incêndio na floresta amazônica.
O artigo teve a finalidade de mostrar que os críticos apenas criticam mas não seguem, em seus respectivos territórios, os cuidados com o meio ambiente. Querem que o Brasil faça aquilo que não fazem; criticam para prejudicar a pujança do agronegócio brasileiro. Agora, chega notícia dos Estados Unidos, onde o governo liberou o plantio de alimentos em áreas de preservação.
Bastou que aumentasse a preocupação com a segurança alimentar, em decorrência da guerra da Rússia com a Ucrânia, para que o governo norte-americano autorizasse o plantio de alimentos em áreas de preservação ambiental.
O governo americano tem programas que pagam os produtores rurais que têm terras em áreas “ambientalmente sensíveis”, tais como encostas, margens de rios e entorno de nascentes, para que não plantem em tais áreas e as preservem pelo prazo de 15 anos.
O secretário de Agricultura americano, Tom Vilsack, autorizou aos americanos, que estão no último ano do programa, a encerrarem os contratos sem penalidades para que possam plantar nas áreas “ambientalmente sensíveis” ou preparar a terra para colheitas futuras.
Em face da autorização, a área de cerca de 1,6 milhão de hectares, até então preservada, será liberada para plantio. A área liberada corresponde a mais de 200 campos de futebol. O argumento usado para a liberação da área é que o espaço não é ocupado por florestas públicas, mas que são espaços dentro de propriedades.
Evidentemente não se está a defender o desmatamento e nem a falta de cuidado com áreas essenciais à preservação ambiental. O que se pretende mostrar é que os países que criticam o Brasil também têm telhados de vidro, mas estão a lançar pedras sobre o telhado brasileiro.
O governo norte-americano, país que se arvora de ser o centro e o modelo do capitalismo no mundo, paga os agricultores para não plantar e não produzir, o que aumenta seu lucro. Já o produtor brasileiro tem de fazer reserva de 20% de sua área total onde não pode plantar e não recebe nada por isto, segundo José Sismeiro, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja. Essas medidas encarecem o produto brasileiro e tira-lhe competitividade no mercado internacional.
Os brasileiros precisam entender que muitas críticas, em relação à preservação ambiental e à Amazônia, feitas ao Brasil por países de Primeiro Mundo têm o objetivo maior de prejudicar a agricultura brasileira. As notícias negativas, muitas vezes fake news, sobre a Amazônia e o Brasil têm grande repercussão no exterior, mas as notícias sobre a falta de cuidado de outros países com o meio ambiente e sobre a responsabilidade que lhes cabe não chegam ao Brasil.
A preocupação com a segurança alimentar fez com que os Estados Unidos liberassem áreas “ambientalmente sensíveis” para o plantio em áreas de preservação ambiental.
A preocupação com a agricultura brasileira, por parte de alguns países, faz gerar críticas ao Brasil, à Amazônia e aos cuidados com o ambiente no Brasil a fim de prejudicar a imagem do Brasil e do agronegócio brasileiro.